segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dormir cedo ajuda a combater obesidade em crianças

Pesquisadores australianos realizaram um estudo com 2 mil jovens entre 9 e 16 anos mostrando que dormir cedo ajuda a manter a forma e a disposição. As crianças foram acompanhadas durante quatro dias por cientistas da Universidade da Austrália do Sul e a pequisa foi publicada na revista científica “Sleep”. O estudo comparou o peso dos pequenos e como usavam o tempo livre e concluiu que quem foi para a cama tarde aumentou em 1,5 a chance de se tornar obeso.
“É extremamente importante que as crianças tenham o hábito de dormir cedo. Este costume deve ser criado já nos bebês. Estudos demonstram que crianças que dormem cedo, isto é, até às 21 horas, apresentam melhor rendimento em todas as tarefas, seja na parte de aprendizado ou em tarefas motoras”.

domingo, 30 de outubro de 2011

Primeiros socorros nas férias

  Vocês planejaram a viagem com um mês de antecedência, escolheram um lugar com estrutura para receber crianças e calcularam o dia mais adequado para tirar férias do trabalho. Tudo perfeitamente organizado para aproveitar esse período de descanso ao lado da família, mas... o filhote pegou um resfriado daqueles logo no início do passeio. E agora? Para que os planos da temporada não rolem ladeira abaixo, é essencial ter à mão remédios que driblem qualquer encrenca – afinal, quando o assunto é criança, quase sempre surge um imprevisto.
Os cuidados com a saúde da criançada já devem começar no trajeto até o local de destino – na estrada ou no ar. Aquela dor de ouvido que dá na descida da serra ou quando o avião decola, por exemplo, é um problema simples de contornar. “No caso de um bebê de colo, basta oferecer a chupeta ou uma mamadeira com água”, ensina o pediatra Paulo Pacchi, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Já os maiorzinhos podem mascar um chiclete ou comer um biscoito – o importante é mastigar e engolir para controlar a pressão no ouvido. Prefira vestir seu filho com roupas confortáveis e calçá-lo com um sapato lasseado, principalmente nas viagens mais longas. E não deixe de carregar um travesseiro e uma manta: se baterem o frio e o sono, a criança não poupará fôlego para expressar seu desconforto.
Com as dicas acima, será mais simples e agradável para todos chegar ao local de repouso. Lembre-se, no entanto, de que há sempre o risco de o pequeno ter uma reação alérgica a um alimento novo ou ficar com o intestino preguiçoso. “No verão, o problema mais comum em viagens é a diarréia”, observa Paulo Pacchi. No inverno, por outro lado, as grandes vilãs das férias são as doenças respiratórias. Como o melhor é estar preparado para qualquer situação, não custa pedir orientações específicas ao pediatra antes de fazer as malas. Listamos alguns remédios que devem acompanhar a família em qualquer escapada da rotina. Prepare o seu kit:
Analgésico e antitérmico para febre e mal-estar
Antiemético para náuseas e vômitos
Descongestionante nasal
Colírio para conjuntivite
Pomada ou loção para irritações, alergia e feridas na pele
Antiespasmódico para cólicas intestinais
Pomada ou aerossol para picada de insetos
Pomada para assaduras
Xarope para tosse
Analgésico para inflamações e contusões
Restaurador da flora intestinal
Soro reidratante
Remédio para constipação

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Faz mal dar café a crianças?

A bebida não é das mais indicadas, mas não há problema em tomar pequenas quantidades. "Está certo que a cafeína pode deixar a criança agitada, porém uma xícara pequena de café puro por dia não faz mal a ninguém”, afirma o pediatra Ary Lopes, de São Paulo. Se você já ouviu dizer que ele prejudica a absorção de cálcio, saiba que não há razão para se preocupar. “A quantidade de cafeína presente em um copo de café com leite é tão pequena que não interfere na retenção do mineral pelo organismo”

Meu filho não gosta de leite

“O fato de não gostar pode apenas estar significando que talvez ele gostaria de variar o sabor. Muitas crianças não gostam do leite. Experimente variar o sabor colocando frutas ou um pouco de essência de baunilha. Outra maneira de dar é na colher”

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Papai está com ciúme!

Dividir com o bebê a atenção da esposa, que antes era todinha dele, faz com que o homem se sinta relegado a segundo plano. Aprenda a restabelecer a cumplicidade com seu parceiro.
  O novo integrante da casa precisa de cuidados em tempo integral e impõe uma mudança brusca na rotina, atraindo todos os holofotes pa ra si. É aí que muitos homens (e até algumas mulheres) começam a migrar do encantamento inicial para uma emoção bem menos positiva: o ciúme. A professora Estér Gomes Martins, 34 anos, de São Paulo, conhece bem esse roteiro. “Meu marido, Júnior, sempre foi muito apegado a mim e não aceitou bem a ideia de dividir as atenções, ainda que fosse com o próprio filho”, conta ela. Sobrou sofrimento para todo mundo. Júnior era só reclamações e amargura e, nos primeiros anos de Cauã, hoje com 7, mantinha-se distante. Mais tarde, quando o menino questionou por que o pai não brincava com ele como o tio fazia com o primo, é que a fi cha caiu e Júnior se empenhou em reverter a situação.
 
Saindo do escanteio
 
Embora a primeira reação da mãe seja sentir-se injustiçada diante da disputa de atenção por parte do pai, não dá para culpar apenas a ala masculina. “Muitas mulheres vivenciam a chegada do bebê com tanta intensidade que deixam o marido de lado. O homem entende que não tem nenhum papel a desempenhar em relação à mulher e ao filho e se sente excluído”, diz o psicoterapeuta e psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, autor do livro Ciúme – O Lado Amargo do Amor (Ágora). Essa percepção, segundo ele, pode desencadear atitudes negativas, como raiva da criança e afastamento da família. O descompasso entre pais e mães tem origem também no fato de que a mulher está naturalmente mais preparada para aceitar e suprir a total dependência do bebê. Desde a primeira boneca, começamos a nos familiarizar com a ideia. Sem contar os nove meses de gravidez. “A gestação é um exercício para a maternidade. Nela, a mulher vive alegrias, temores, angústias, e amadurece, à medida que aprende a lidar com mudanças que estão fora do seu controle, como as do corpo”, afirma a psicoterapeuta Lidia Aratangy, autora de Novos Desafios da Convivência (Rideel). Ao longo desse período, a chegada do bebê torna-se algo absolutamente concreto para ela, enquanto o homem a percebe apenas como uma abstração. “Para eles, a paternidade se impõe em um repente, no momento em que o pequeno é colocado nos seus braços”, diz ela. Para complicar, os pais de primeira viagem precisam digerir sozinhos a nova situação. Afinal, todos em volta estão ocupados com as questões (e paparicos) da criança. O caminho, garantem os terapeutas, é incentivar o envolvimento paterno. E aí você entra em ação. O ideal é começar desde a gravidez. Convidar o marido para acompanhá-la nas consultas de pré-natal e nos exames de ultrassom é uma atitude que cria abertura para, depois, envolvê-lo nas idas ao pediatra e na rotina do filho. “O fato de ficarem grávidos juntos diminui o risco de o homem se sentir posto de lado e, consequentemente, ter ciúme da criança”, ensina Antonio Carlos Amador Pereira, psicoterapeuta e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Se essa ponte não foi criada lá atrás, é preciso jogo de cintura para mudar a situação, abrindo espaço para a participação dele nos cuidados com o bebê, mas sem forçar a barra nem ser impositiva. Mesmo porque tem hora em que só o colo da mãe resolve. Evite também bancar a mamãe sabe-tudo. Conhece aquela história de que homem não faz as coisas tão bem (nem tão rápido) e que, portanto, é melhor se virar sozinha? Esqueça! E, uma vez que deixou uma tarefa nas mãos dele, controle o impulso de corrigi-lo. “Senão, o pai desanima com tanta crítica. Deixá-lo agir do jeito dele não vai prejudicar a criança e ainda a ensina que há várias formas de agir em uma mesma situação”, garante Lidia.
 
Desejos desencontrados


Além da insegurança em relação à própria importância na família, o medo de ser rejeitado como homem é outro estimulador do ciúme masculino. Aconteceu com o marido de Kátia Batista, 35 anos, diretora de uma fábrica em São Paulo e mãe de Marcela, hoje com 4 anos. No começo, ele era só mimos, mas, conforme as mudanças se impunham, a menina passou de queridinha a presença incômoda. “Marcelo não era duro nas palavras, mas fazia coisas como colocar minhas mãos sobre a própria cabeça para que eu fizesse cafuné nele quando me via acariciando nossa filha”, diz Kátia. Mais do que a atenção, agora dividida, ela percebeu que o ponto de desequilíbrio no casamento era a falta de sexo. “Vínhamos de um momento íntimo excelente e ele não gostou de reduzirmos as transas a uma vez na semana... quando dava.” O fato é que, nesse período, homem e mulher vivenciam o desejo de maneiras diferentes e, às vezes, até conflitantes. A rotina de mãe é exaustiva, desgasta física e emocionalmente. Para o pai, as solicitações são mais sutis, com tréguas entre as crises de choro, as trocas de fralda e as longas mamadas. “É natural então que ele esteja muito mais disposto e interessado em transar do que a mulher”, diz Santos. Mais uma vez, restabelecer a cumplicidade é indispensável para a relação ir em frente. Kátia, por exemplo, muniu-se de paciência para mostrar ao marido que também estava renunciando a momentos e necessidades, mas que se tratava de uma fase transitória. Deu resultado. Depois da conversa, Marcelo baixou a guarda, revelou-se menos impaciente e até prestativo.
 
Longe dos holofotes
 
Embora sejam raras, também há situações em que o ciúme parte da mãe. Nesse caso, depois de no ve meses sendo alvo dos cuidados do marido e da família, pode acontecer de ela se sentir incomodada quando o marido demonstra encantamento pelo filhote. A baixa autoestima, reforçada pelas mudanças do corpo, leva a mulher a imaginar que perdeu o lugar. “A mãe deve reforçar dentro de si duas percepções importantes. A primeira: a admiração do pai pelo bebê nada mais é do que uma extensão dos sentimentos dele por ela. A outra é que mãe e filho não disputam a mesma posição. Então, não há motivo para entrar em um clima de competição, culpar a criança nem colocar o amor do homem à prova”, completa Lidia. Se parece impossível enxergar a situação de forma positiva, a ajuda de um terapeuta é bemvinda. Mesmo porque, quando o bebê estiver com cerca de 2 anos, o ciúme materno pode ser agravado pela sensação de estar em segundo plano também na vida da criança. A partir dessa idade, o pequeno depende menos dos cuidados exclusivos da mãe e tende a se aproximar do pai. Agora que está descobrindo o mundo e ganhando autonomia, a criança quer uma companhia que a incentive a desenvolver suas habilidades. “Por serem menos superprotetores, os homens transmitem maior confiança na capacidade dos filhos de vencer obstáculos e aí levam vantagem”, explica Lidia. Mas sempre há lugar para todos na relação. “O segredo é se livrar do peso das comparações e entender que receber uma atenção diferente não significa ser menos importante”, completa Pereira. Com isso, três nunca é demais. É fantástico!

Sonhos na gravidez

Nesse período, eles parecem tão nítidos e reais que vão fazer você ficar em dúvida se estava dormindo. É o inconsciente despertando seu amor maternal. Escute o que ele tem a dizer!
  Sonhei que entrava no segundo quarto do apartamento onde morava. Ele estava vazio. Mas, ao abrir o armário, descobri que havia vários vestidinhos, pendurados aos pares, cada um de uma cor. Na hora, soube que tinha engravidado de duas meninas. Realmente, após nove meses, nasceram Julia e Isadora, minhas gêmeas não idênticas.” Quem conta essa história é a psicoterapeuta paulista Sâmara Jorge, que na época havia feito uma fertilização in vitro, mas ainda não sabia o resultado. Premonição?
Sim, mas não no sentido sobrenatural. “Nosso corpo sabe que engravidamos muito antes de termos cons ciên cia disso e pode mandar o recado pelo sonho”, explica a psicóloga Marion Rauscher Gallbach, de São Paulo, autora dos livros Aprendendo com os Sonhos e Sonhos e Gravidez – Iniciação à Criatividade Feminina (ambos da Paulus). E preparese, pois sua mente vai usar muito esse canal de comunicação nos próximos meses. “A gestação é uma fase marcada por mudanças fí sicas e psíquicas. Todas as emoções são sentidas de maneira muito intensa e se revelam nos sonhos. Portanto, prestar atenção neles e tentar compreendêlos pode ajudar a grávida a lidar melhor com os sentimentos e as expectativas e com a nova relação que está estabelecendo com o feto e consigo mesma”, afirma Sâmara.
 
Código pessoal
 
A menos que você seja expert em interpretação dos sonhos, essa percepção é intuitiva, mesmo porque o inconsciente fala por símbolos (veja o quadro “Os campeões de bilheteria”). Mas o que ele comunica ajuda a perceber medos, dúvidas, ansiedades e desejos em relação à maternidade. Segundo a psicóloga americana Patricia Garfield, referência mundial no estudo dos sonhos e autora do livro Women’s Bodies, Women’s Dreams (“Corpos femininos, sonhos femininos”, ainda não publicado no Brasil), existe até um padrão nas mensagens oníricas mais frequentes a cada fase da gravidez.
 
1° trimestre Evidenciam ansiedade em relação ao nascimento do filho e despertam a consciência para as mudanças corporais e a formação do líquido amniótico. Exemplos: sonhos com água, inundações, mar etc.
 
2° trimestre Revelam interesse pela ligação com o bebê, insegurança com a aparência e preocupação com o amor do parceiro. Exemplos: sonhos em que o parceiro se relaciona com outra mulher, o bebê é esquecido em algum lugar ou não há leite para alimentá-lo.
 
3° trimestre Giram em torno do desejo de saber mais sobre o bebê – se é menino ou menina, suas feições. “Os relatos falam de sonhos nos quais as crianças revelam suas preferências nesses assuntos”, diz Sâmara. 
Semanas finais da gestação Trazem à tona medos em relação ao parto e ansiedade pela chegada da criança e pela responsabilidade de ser mãe. São comuns sonhos com roubos, assaltos e situações incontroláveis.
Seja qual for o recado, sonhar faz bem à grávida, como concluiu um grupo de pesquisadores da Universidade de Yamaguchi, no Japão, ao revisar uma série de estudos sobre o tema. Segundo eles, a maioria das pesquisas indica que os sonhos fazem a mulher lidar mais facilmente com as crises emocionais do período e a aceitar o papel de cuidadora de uma nova vida. “A função deles é ajudar a mente a se equilibrar, trazendo para o consciente medos e inseguranças ocultos”, ensina Sâmara. Um exemplo? Se você treme só de pensar em dar o primeiro banho no seu filho, é provável que se tranquilize caso os sonhos revelem uma imagem sua em situações de amor e cuidado com o bebê.
 
Conexão total
 
Além de ricos no enredo, os sonhos agora tendem a parecer mais realistas. “Eu nunca me lembrava de um sonho, mas na gravidez eles se tornaram tão incrivelmente nítidos que nem precisava anotá-los”, conta a assistente administrativa Milena B. Maia, 37 anos, de São Paulo, mãe de Vinicius, 1 ano. Não é por acaso. “O inconsciente fica ativado em fases de transição, mudanças e momentos importantes. E a gravidez é um grande ciclo transformador. Essa pode ser a razão de os sonhos das gestantes serem tão marcantes”, explica Sâmara.
A escritora americana Tracie Hotchner, autora do best seller Pregnancy and Childbirth (“Gravidez e parto”, ainda sem tradução no Brasil), confirma que, na gravidez, os sonhos se tornam mesmo muito vívidos, especialmente no último trimestre. “Pense neles como mensagens, informações secretas sobre si mesma que, de outra forma, não seriam reveladas”, escreve a autora.
“Até o quarto mês, vivia sonhando com o mar causando inundações devastadoras, derrubando pontes e alagando ruas. Nessa época, eu chorava demais e estava superemotiva. Acho que a gravidez me ajudou a recuperar uma sensibilidade que andava sufocada”, lembra Milena. A maneira avassaladora como a água se manifesta nos conteúdos oníricos, na forma de tsunâmis e alagamentos, explica Marion, demonstra a profundidade da transformação pela qual você está passando. “Esses fenômenos revelam a força da natureza, algo que não se pode controlar, assim como a grávida também não controla as mudanças (de apetite, sono, ritmo, formas, humor) que experimenta”, compara a psicóloga.
O que as especialistas garantem é que, se usar os sonhos para estabelecer uma sintonia fina com a sua mente, você terá mais tranquilidade para esperar que a natureza cumpra seu papel. “Há um bebê em formação, mas também há uma mãe sendo gerada. Esse é um momento único, e a mulher que percebe a riqueza das suas transformações estará mais conectada e harmonizada com seus pensamentos e emoções”, afirma Sâmara.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Otite externa

  Toda infecção do ouvido é chamada de otite, porém a chamada otite externa afeta a região da orelha externa, que termina no tímpano. Sua causa mais comum é a contaminação por bactérias e fungos. Os sintomas são dor intensa e perda da audição e, em alguns casos, podem aparecer secreção e prurido.
 
Como evitar: O contato com a areia costuma provocar otite externa, portanto, a orelha dos pequenos deve ser higienizada sempre. Evite, no entanto, o uso de cotonetes, pois eles podem retirar a cera que protege o ouvido ou a empurram para dentro do canal auditivo.
 
Como solucionar: Apenas o pediatra e o otorrinolaringologista podem determinar o tratamento adequado, pois ele envolve o uso de antibióticos e antifúngicos. Mas, para aliviar a dor da criança, a mãe pode aquecer o local.

Insolação

  É o excesso de exposição solar, que pode causar queimadura e desidratação. A criança com insolação pode apresentar falta de ar, dor de cabeça, tontura, febre, pele quente, avermelhada e seca, extremidades arroxeadas e, em casos mais graves, estado de inconsciência. Vale lembrar que, mesmo sem estar diretamente exposta ao sol (protegido por guarda-sol), a criança pode sofrer insolação, pois a areia reflete a luz solar.
 
Como evitar: Proteja os pequenos com os filtros solares apropriados e evite que tomem sol entre 10 e 16 horas. Durante a exposição solar – ou mesmo que estejam debaixo do guarda-sol –, ofereça bastante líquido.
 
Como solucionar: Aos primeiros sinais de insolação, procure a sombra e hidrate a criança de forma adequada. Em casos graves de queimadura e de aumento da temperatura corporal, é necessário procurar o atendimento médico.

Hepatite A

  Doença infecciosa causada pelo vírus HVA. Ele é transmitido por via oral ou por meio de alimentos (principalmente vegetais e frutos do mar) ou água contaminada. A hepatite A pode apresentar sintomas ou não. Quando eles aparecem, o pequeno pode ter febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, perda de apetite e vômitos. A criança também costuma ficar amarelada e sua urina com cor amarronzada.
 
Como evitar: Bebês não devem ingerir frutos do mar e alimentos mal cozidos. E a água deve ser filtrada ou fervida. Vale saber que, a partir do primeiro ano de vida, a criança já pode ser vacinada contra a hepatite A.
 
Como solucionar: Não existe um tratamento específico para essa doença. Procurar o pediatra para uma orientação mais específica é o mais correto.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Diarreia

Inúmeras situações levam a criança a ter diarreia. A causa pode ser infecciosa, alérgica ou metabólica.

Como evitar
A melhor forma é lavar sempre as mãos antes de preparar alimentos, manter as mãos das crianças sempre limpas, lavar frutas e verduras em água tratada e corrente, manter os alimentos na geladeira e só ingerir comidas de lugares confiáveis.

Como solucionar
Muitas vezes, a diarreia não deve ser contida, pois ela é a forma que o organismo encontrou para expulsar o que não está fazendo bem para o corpo. A recomendação é fazer com que a criança tome muito líquido para que não desidrate e, em casos mais sérios, quando ela se torna intensa e persistente demais, procurar o pediatra.

sábado, 22 de outubro de 2011

Desidratação

A desidratação não é uma doença, mas uma condição provocada pela perda anormal de água e sais minerais pelo organismo. Ela pode ser causada por problemas gastrointestinais ou mesmo pela exposição excessiva ao sol, sem a devida hidratação. A criança desidratada apresenta boca e pele secas, ausência de lágrimas, moleira deprimida, urina escura e em pequena quantidade, além de muita sede.

Como evitar
As medidas são simples: oferecer água várias vezes ao dia aos pequenos, vesti-los com roupas leves e frequentar ambientes bem ventilados no verão.

Como solucionar
Apenas o pediatra pode dizer qual a melhor maneira de resolver o problema. O tratamento vai depender do nível de desidratação. Em casos leves, beber água em maior quantidade pode ser suficiente. Quando causada por diarreia ou vômito, o soro caseiro costuma ser utilizado.

Dengue

Doença infecciosa transmitida por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, quando também infectado pelo vírus causador do problema. Os sintomas da doença são febre alta e dores de cabeça, na região dos olhos e nas costas. Manchas vermelhas pelo corpo também podem aparecer.

Como evitar
A única maneira de combater a doença é impedir que o mosquito transmissor se reproduza. Para isso, não deixe água acumulada em vasos, pneus e outros objetos. A fêmea do mosquito deposita os ovos em água limpa e parada.

Como solucionar
Infelizmente não há tratamento específico para a dengue, apenas o controle dos sintomas. De qualquer forma, é imprescindível que esses medicamentos sejam recomendados por um médico.  

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Conjuntivite

Inflamação da membrana transparente que recobre o branco dos olhos. Pode ser causada por bactérias ou por vírus e tem como sintomas irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras, aparecimento de secreção e deixa os olhos vermelhos.

Como evitar
A única forma é evitar se relacionar com crianças e adultos que apresentem a doença, pois o contágio se dá por meio do contato físico do olho com as mãos, objetos e toalhas contaminadas. Além disso, procure lavar as mãos e o rosto do pequeno com frequência e trocar as toalhas com maior regularidade.

Como solucionar
Apenas o pediatra pode recomendar o tratamento mais adequado. Para aliviar os sintomas, uma boa dica é lavar os olhos e fazer compressas com água (filtrada ou fervida) gelada ou com soro fisiológico.

Brotoejas

Durante o verão, podem aparecer bolinhas vermelhas pelo corpo da criança. Isso acontece devido ao suor e atinge preferencialmente o rosto, o pescoço e as dobrinhas.

Como evitar
Procure manter a pele dos pequenos sempre seca, embora em crianças mais suscetíveis o processo ocorra de qualquer forma. Dê preferência para roupas leves e frescas.

Como solucionar
As brotoejas não necessitam de tratamento médico, pois desaparecem com o tempo. No entanto, para resolver o incômodo, a mãe pode misturar uma colher de maisena em 1 litro de água fervente. Quando a mistura estiver morna, enxague o bebê com ela. Isso refresca e ajuda a minimizar o problema.  

Bicho geográfico

Dermatite causada pela contaminação da Larva migrans, micro-organismo presente especialmente nas fezes de animais. Cachorros que defecam na areia da praia, em geral, são os grandes causadores do problema porque contaminam o local onde, mais tarde, seu filho irá sentar e brincar.
Dá para identificar esse incomodo de uma maneira fácil: forma-se um traçado sinuoso na pele, preferencialmente na região da planta do pé. Causa coceira e dor.

Como evitar
A recomendação, claro, é evitar levar o cachorro para passear na areia. Como não dá para saber quem segue isso à risca ou não, o ideal é não expor a pele do bebê diretamente na areia. Se ele for brincar, vale colocar uma toalha de praia no local.

Como solucionar
O tratamento é feito por meio de medicamentos tópicos recomendados pelo pediatra ou mesmo por um dermatologista.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tirar uma soneca

Além de esperta, a criançada anda cada vez mais alerta. Uma conceituada revista científica sobre sono, a americana Sleep, acaba de publicar um artigo que descreve uma pesquisa feita pelo Hospital Bradley em parceria com a Escola Médica Brown, ambos nos Estados Unidos. Os investigadores observaram 169 meninos e meninas de 1 a 5 anos, a faixa de idade que poderia ser adepta do cochilo diurno, e notaram que a esmagadora maioria dos pequenos acima de 18 meses — 82% deles — já tinham abandonado esse hábito.
No Brasil, por enquanto, não há dados de pesquisa sobre o assunto, mas nossos especialistas acreditam que o fenômeno é mundial. Alguns lamentam, como é o caso da neurologista infantil Rosana Cardoso Alves, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. "A soneca, que deve durar uma ou duas horas, é necessária até os 4 anos mesmo que a criança costume dormir a noite inteira", diz, taxativa. "Do contrário, fatalmente surgem alterações do humor."
Outros médicos, como Gustavo Antonio Moreira, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), não vêem em princípio nenhum problema assim tão grave. "Não há uma regra a seguir", defende. "O que vale é respeitar as necessidades de repouso e o ritmo de cada um. Os pais devem insistir para a criança cochilar só quando percebem que ela vive irritadiça, cansada ou quando dorme muito no final de semana, depois de sair da rotina, o que é outro sinal de que ainda precisa do cochilo diurno."
O pediatra Fabio Ancona, também da Unifesp, lembra que, apesar de haver um pico na produção do hormônio do crescimento enquanto dormimos, "até hoje ninguém afirma que o sono diurno tenha algum impacto sobre o desenvolvimento físico". Ou seja, é o estado de ânimo do pequeno que conta para decidir a necessidade da soneca.

Operação nana-nenê
Se o seu filho passa muito bem o dia inteiro acordado, relaxe. Não se desgaste como se precisasse seguir uma cartilha. Já se ele é do tipo que briga com o sono — ainda mais à luz do dia — e dá todos os sinais de sair fatigado dessa guerra, crie rituais.
A pele para um banho, cantigas, histórias ou mesmo uma boa conversa acompanhada de um cafuné. "É bom que a criança tire a soneca sempre no mesmo lugar e no mesmo horário", ensina a enfermeira obstetra Márcia Regina da Silva, da Maternidade São Luiz, em São Paulo. "Mas procure manter o ambiente mais claro para que ela perceba a diferença entre dia e noite e para evitar que esse descanso ultrapasse duas horas de duração." Márcia também sugere que esse repouso aconteça antes das 15 horas, para não atrapalhar o mais fundamental dos sonos — o noturno.

Como manter os mosquitos longe do seu filho

“Pais de bebês chiadores e com problemas respiratórios devem investir nas barreiras físicas e nos circuladores de ar”, aconselha Eliane Alfani, pneumologista infantil do Hospital São Luiz. As telas são as mais indicadas para lactantes e para os bebês menores de 6 meses. Existem modelos que vêm com permetrina, uma medicação usada para espantar parasitoses em humanos, como piolhos, e que funciona também como repelente. “Mas é importante que a criança não entre em contato com a substância, por isso é indicado usá-la em proteções de janelas, jamais no berço”, explica a pediatra e alergista Alessandra Miramonte, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. Quem opta pelo seu uso deve atentar também para a sua limpeza, já que a poeira acumulada pode desencadear reações alérgicas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Como estimular o bebê recém-nascido?

Como os órgãos dos sentidos do recém-nascido já estão bem desenvolvidos, ele precisa ser tratado com respeito desde os primeiros minutos de vida.
Nos primeiros dias, o importante é deixar o bebê calmo e bem acomodado. O ambiente deve ser tranqüilo, sem fortes ruídos, claridade excessiva, cheiros fortes e acumulo de pessoas. Tratar o bebê com carinho, segurá-lo com cuidado, falar baixinho, já é um grande estimulo para que ele comece a se desenvolver perfeitamente.
A corrente Freudiana da psicologia acredita que todas as experiências da criança, desde o primeiro dia de vida, podem influenciar sua futura personalidade. Por isso, o comportamento dos pais com o filho é muito importante desde o início.
As dificuldades do bebê também aparecem logo nas primeiras horas: aprender a mamar, conciliar o sono, tendência a vômito, sensibilidade extrema aos ruídos. É nesse momento que entra o cuidado psicológico dos pais. A presença da mãe, o colo, o carinho e a voz suave nesses momentos difíceis vão fazer o bebê começar a entender que suas frustrações têm limite e ele é recompensado com os cuidados dos pais. Essas experiências são fundamentais para o desenvolvimento de funções mentais e psíquicas que vão acompanhar a criança pelo resto da vida.

O que um bebê recém-nascido consegue fazer?

O desenvolvimento neuropsicomotor da criança começa desde o seu primeiro minuto de vida.
O bebê recém-nascido é muito mais esperto e sensível do que muitos pais acreditam. Ele já nasce com os sentidos apurados, enxergando, ouvindo, sentindo cheiros. É por isso que costuma chorar tanto assim que sai da barriga. As luzes dos refletores incomodam seus olhos, as vozes altas da sala de parto e os ruídos do centro cirúrgico atrapalham sua audição, os cheiros dos desinfetantes agridem seu olfato e as mãos que o medem, pesam, limpam e vestem o assustam.
Diversos estudos provaram que o recém-nascido sente gostos e, inclusive, seu paladar aceita melhor os alimentos doces aos amargos, embora seu cardápio se resuma ao leite materno. Apesar de muitos passarem a maior parte do tempo com os olhinhos fechados, eles conseguem enxergar objetos e rostos próximos do seu campo de visão. Nos primeiros dias de vida a visão do bebê já é bem clara e definida e atinge de 15 a 20 cm de distância.
A audição do bebê está formada desde o 5º mês de gravidez, é por isso que muitos especialistas incentivam as mães a conversarem com seus bebês ainda na barriga. Assim que nascem, os bebês já respondem aos estímulos sonoros. Quando expostos a ruídos altos, eles tendem a se atirar para trás e sua respiração se acelera.
Os bebês também nascem com a capacidade de olfato completamente desenvolvida, ou seja, sentem cheiros agradáveis e ruins. Para não agredir seu olfato, o ideal é não passar perfume e evitar produtos de limpeza com odores fortes nos ambientes.
Se os pais estiverem atentos ao comportamento do bebê, logo poderão reconhecer as manifestações de inteligência e personalidade de seu filho. O recém-nascido demonstra suas vontades berrando quando está com sono ou com a fralda suja, mordendo o bico do seio quando não consegue abocanhar, agitando braços e pernas quando está irritado. Essas são as armas que ele tem para demonstrar e impor suas vontades.
Quanto à parte motora, uma das características dos recém-nascidos é a forma da coluna vertebral. Ela é reta, pois as sua curvatura cervical, dorsal e lombar só aparece conforme o bebê começa a sustentar a cabeça, sentar, ficar em pé.
Proporcionalmente, a cabeça é grande e as pernas e os braços ainda são bem magros e curtos em relação ao tronco.
Nos primeiros dias o bebê já apresenta movimentos motores como jogar os braços, chorar, se torcer, virar a cabeça de um lado para o outro, se encolher, fechar as mãos, buscar o bico do seio, sugar o leite e deglutir.
A cada dia que passa, a atividade do bebê fica mais intensa e ele começa a se mexer cada vez mais no berço.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Chupar o dedo não é nada bom

A imagem de um bebezinho chupando o dedo é até angelical. Alguns bebês já estão com o dedo na boca dentro da barriga da mamãe. “Olha que bonitinho, com o dedinho na boca!”, costuma dizem muitas pessoas “desavisadas”.
O problema maior é que grande parte das pessoas que acha esse ato “meigo” desconhece o quanto um dedo na boca pode ser prejudicial à vida da criança.
A sucção é muito importante para as crianças até dois anos de idade e em algumas delas a necessidade de sucção é maior. O bebê suga não apenas para matar a fome, mas também para saciar sua vontade de sugar.
Por esse motivo as mamães não devem se preocupar quando os bebês levam a mão toda à boca. Eles começam a conhecer o mundo pela boca. Além da mão, tudo o que pegarem levarão à boca. As mamães devem ficar atentas se o que for à boca seja somente o dedo e o bebê sugue efetivamente.
O bebê amamentado exclusivamente até os seis meses de vida normalmente tem sua necessidade de sugar saciada e dificilmente vai aceitar uma chupeta ou sugar o dedo. Se a mamãe apresentar grande oferta de leite, estiver sempre com as mamas cheias, o bebê não fará muito esforço para sugar, matando sua fome rapidamente, mas não sua vontade de sugar.
Nesse caso, há grandes possibilidades de o bebê encontrar o dedo, já que a necessidade de sucção não foi saciada. A mamãe que tem muito leite deve antes das mamadas ordenhar (retirar) o leite até que as mamas fiquem mais vazias e o bebê tenha que se esforçar para mamar e então matar a fome e a vontade de sugar.
Para crianças que não amamentam ou que já introduziram outros alimentos, o leite, a água ou o suco pode ser oferecido em copos de bico com válvulas que necessitam do esforço do bebê para a retirada do líquido.
A fonoaudióloga Jamile Elias alerta para o abuso de dedo na boca. “Os prejuízos causados pela sucção do dedo prolongada são normalmente maiores do que os causados pela sucção da chupeta. A chupeta pode ser jogada fora, esquecida em casa em algum passeio ou mesmo ser retirada pelos pais enquanto a criança dorme ou brinca”, informa.
“Já o dedo está sempre disponível, não tem jeito de ser retirado e por isso é mais fácil de se tornar um vício e mais difícil de ser retirado”, concluiu Jamile Elias.


Alterações na arcada - A sucção do dedo leva a alterações da arcada dentária como mordida aberta, cruzada ou profunda, dependendo da posição em que o dedo é levado à boca, da força durante a sucção, ou da posição da mandíbula durante a sucção.
Essas alterações levam a criança a respirar pela boca, pois deixam a musculatura oral flácida. Crianças com respiração oral podem apresentar roncos ou baba enquanto dormem, irritabilidade, cansaço fácil em atividades físicas, bruxismo, alterações da postura, apetite diminuído, respiração e mastigação ruidosas, hiperatividade ou sonolência e dificuldade de aprendizagem.
“Alterações na arcada dentária e a respiração oral também podem afetar a fala da criança, que trocará os sons na hora de falar e, se não corrigido antes da criança entrar na escola, pode criar problemas na alfabetização”, esclareceu Jamile Elias.


Evitando o dedo na boca - Para evitar a sucção do dedo, além do aleitamento materno, a mamãe precisará de muita paciência. Para tentar tirar o dedo do caminho à boca, ofereça mordedores, preferencialmente gelados (coloque-os na geladeira antes de oferecer à criança). Assim a criança se entreterá com o mordedor e esquecerá o dedo.
Sempre que a criança estiver com o dedo na boca, não recrimine, apenas tente distraí-la para outra atividade que tenha que fazer uso das mãos. Se o hábito já for vicioso, consulte um profissional como fonoaudiólogo, dentista ou psicólogo para ajudar nesse hábito tão prejudicial.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O desenvolvimento do bebê e da criança

O período mais intenso do desenvolvimento global da criança é entre o nascimento e o primeiro ano de vida. Nessa fase se consolida a base do desenvolvimento neuropsicomotor.
Essa evolução acontece de forma natural, sistemática e organizada. Cada etapa do crescimento é importante para que a criança desenvolva seus potenciais, sua personalidade, sua coordenação motora, sensorial e afetiva.
Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que pode ser influenciado pelos fatores hereditários, pelo ambiente e, principalmente pelos estímulos que recebe.
Esses estímulos interferem de forma positiva no desenvolvimento da emoção, do sistema nervoso, e refletem em diversas áreas do comportamento do bebê e da criança.
Por isso, é tão importante que os pais participem ativamente da vida de seus filhos, estimulando-os de maneira correta, para que eles possam desenvolver ao máximo seus potenciais.

sábado, 15 de outubro de 2011

Existem diferentes graus de autismo?

Algumas crianças manifestam sintomas mais brandos, enquanto em outras eles aparecem de maneira mais agressiva. Há casos em que há também uma associação com outras enfermidades, como deficiência mental, distúrbio alimentar, do sono ou transtorno obsessivo-compulsivo.
Diante de tantas variáveis, fica difícil classificar os graus de autismo com precisão.

Autismo infantil

O que é autismo?
Trata-se de um distúrbio que afeta o desenvolvimento da criança já nos três primeiros anos de vida, especialmente em determinados aspectos:

Linguagem
A doença pode acarretar limitações na fala. Em casos extremos, os pequenos autistas não conseguem, de fato, progredir na comunicação verbal.

Interações sociais
O isolamento é uma característica que se manifesta frequentemente nesse grupo. Não raro, ocorre a dificuldade em estabelecer relações sociais, que geralmente se dão por meio de interações curtas.

Variabilidade comportamental
Os autistas exploram seus brinquedos de maneira restrita, focando apenas um detalhe ou uma função específica do objeto. Além disso, apresentam comportamentos repetitivos e autoestimulatórios, intolerância a mudanças na rotina ou na disposição do ambiente.

As coisas que seu filho é capaz de engolir...

Baterias
No seu segundo aniversário, O.S.P. ganhou um chaveiro que tocava música e se encantou. Era um brinquedo grande e ele o tocava sem parar. Um dia, de repente, a música cessou e o pequeno foi até a cozinha. Estava com o chaveiro desmontado nas mãos e duas baterias na língua… Mostrou para a mãe o que havia feito e, no instante seguinte, já tinha engolido as baterias. Correram para o pronto-socorro. O maior perigo era de que as baterias, expostas aos ácidos do estômago, se rompessem e o conteúdo vazasse. Por sorte, na radiografia, o médico constatou que, apesar de terem se passado apenas 20 minutos do acidente, elas já tinham chegado intactas ao intestino, de onde foram naturalmente eliminadas, poupando o garoto de uma endoscopia para removê-las.

Alfinetes
B.R. tinha 7 meses quando começou a tossir e a expectorar de forma inexplicável. Nenhum sinal de gripe, pneumonia, nada. Mas a tosse ficava cada vez mais assustadora, e os pais procuraram um pronto-socorro. Uma radiografia mostrou que o garoto havia engolido um alfinete de fralda aberto. Ninguém notou quando nem onde o acidente acontecera. O grande risco na ingestão de objetos duros e pontiagudos é de perfuração de órgãos ou obstrução da respiração. No caso de B.R., os médicos avaliaram que o alfinete descia com velocidade pelo aparelho digestivo e, portanto, era possível apenas acompanhar o caso, evitando uma endoscopia. De fato, dois dias depois, o alfinete foi eliminado pelas fezes, sem consequencias mais graves.

Parafusos
Aos 2 anos, C.B.A. brincava com um carrinho, ao lado da mãe, e começou a desmontá-lo. De repente, pegou um parafuso e o colocou perto do nariz, aspirando-o em seguida. Paralisada, a mãe não conseguiu impedi-la. A família correu para o hospital em desespero. Os exames indicaram que o parafuso havia se instalado em um dos pulmões. Seria necessário realizar uma broncoscopia. Nesse procedimento, uma cânula é introduzida pelo nariz para localizar e retirar o corpo estranho que se instalou no sistema respiratório. É preciso tomar anestesia geral e, por isso, se a criança estiver com o estômago cheio, aumenta o risco de complicações. Foi o caso de C.B.A. Mas, apesar da espera para a anestesia, a intervenção correu bem.

Moedas
C.A.J. estava com 2 anos e pegou algumas moedas. Num impulso, colocou uma delas na boca e engoliu. Na mesma hora, começou a chorar e a apontar para a garganta. No pronto-socorro, foi feita uma radiografia e lá estava a moeda – uma das campeãs em acidentes do gênero. Os médicos avaliaram que não havia risco de perfuração nem de obstrução respiratória. O jeito era aguardar que ele a evacuasse. Depois de três dias, nem sinal da moeda. Nova radiografia do abdome e do tórax nada mostrou. Provavelmente, a moeda tinha sido eliminada sem que ninguém percebesse, como, aliás, termina grande parte dos acidentes do gênero.

...e saiba como agir na hora do pânico
Quando se dão conta de que a criança acaba de engolir ou aspirar um corpo estranho, os pais ficam paralisados, sem saber como agir. O grande perigo nessa hora, de acordo com os médicos, é tentar resolver o problema em casa, oferecendo alimentos para forçar o objeto a descer ou dando tapinhas nas costas e colocando a criança de ponta-cabeça para que ele “retorne”.

Muita calma nessa hora
É o que os médicos recomendam. O maior risco está em objetos aspirados – pelo nariz ou pela boca – que têm menos probabilidade de ser naturalmente eliminados pelo organismo. Dependendo do ponto em que eles se instalem, as complicações podem começar horas depois do acidente com consequencias graves. Por isso, a ida para o pronto-socorro é sempre indispensável. Mas, na maioria das vezes, nada de pior acontece, principalmente quando se trata de objetos arredondados, como moedas e botões.

Não tente manobras em casa
Exceto se a criança apresentar sinais de sufocamento – como ficar roxa e não conseguir respirar –, as manobras são mais perigosas do que o corpo estranho e ainda podem fazer com que se perca um tempo precioso. Até os 3 anos, o baço e o fígado da criança são proporcionalmente maiores do que no adulto e, ao comprimi-los sem conhecimento adequado, pode ocorrer uma ruptura nesses órgãos. Por isso, se o bebê puder respirar, mesmo que com dificuldade, é melhor procurar um médico imediatamente. Em caso de sufocamento, coloque a criança no colo, de barriga para baixo e com a cabeça em um nível mais baixo do que o quadril. Pressione repetidamente as costas dela para aumentar a pressão na caixa toráxica e forçar o objeto a sair.

Não ofereça alimentos nem force o vômito
Essas medidas podem agravar o problema e dificultar a ação dos médicos, se for necessário adotar algum procedimento que envolva anestesia. Além disso, tanto a ingestão de alimentos e líquidos quanto o vômito podem complicar o caso com uma pneumonia grave. Não tente também remover um objeto que esteja parado em algum ponto da boca, nariz ou ouvido da criança. A menos que tenha certeza absoluta de conseguir retirá-lo inteiro, vá imediatamente para o pronto-socorro. E mesmo que consiga fazer a remoção em casa, procure o médico rapidamente para se certificar de que não houve nenhum dano. Mesmo no hospital, se o local afetado for nariz ou ouvidos, solicite um otorrinolaringologista, pois a retirada do corpo estranho nesses casos exige equipamento especial.

Aprenda a reconhecer os sinais de um acidente do gênero
É comum os pais não perceberem que o filho engoliu, aspirou ou introduziu no ouvido algum corpo estranho. A criança não sabe contar o que aconteceu e até coisas banais, como grãos crus de arroz e de feijão, podem causar problemas. Nem sempre as complicações aparecem logo. Por isso, pense na possibilidade de seu filho ter sido vítima de um acidente do gênero caso ele apresente um dos sintomas a seguir.
• Tosse sem causa aparente.
• Infecções respiratórias repetitivas.
• Chiado no peito, geralmente apenas de um lado.
• Secreção amarelo-esverdeada em apenas uma narina.
• Obstrução nasal em apenas um dos lados do nariz.
• Coceira ou dor intensas em um dos ouvidos.

Fique esperta
Eliminar – ou pelo menos, minimizar – os riscos ainda é a melhor medida para evitar esse tipo de acidente. Não adianta esperar que uma criança pequena “entenda” que não deve mexer em enfeitinhos, insetos e tantas outras coisas abolutamente fascinantes para quem está descobrindo o mundo. Conheça os objetos campeões nesse tipo de acidente e tenha como norma eliminá-los do alcance do seu filho.

Até 2 anos
Eles se encantam com tudo o que é colorido e brilhante. Os maiores riscos ficam por conta de alfinetes, botões, bolinhas de gude, moedas e grãos de alimentos crus (arroz, feijão, milho, amendoim etc.). Acima de 2 anos os pequenos já estão mais habilidosos e ampliaram sua capacidade de alcance. É comum desmontarem brinquedos e se “apropriarem” de objetos instigantes, como relógios, calculadoras e canetas. Os perigos são baterias, parafusos de brinquedos, rodas de carrinho, olhos de bichos de pelúcia e de bonecas, tampinhas de caneta, fragmentos de espuma retirados de almofada e travesseiros, pedaços de papel e peças plásticas.

Cuidado redobrado
Segundo os médicos, crianças que já colocaram objetos no nariz ou nos ouvidos tendem a repetir esse comportamento. Não se sabe a causa, mas há casos em que a repetição acontece de modo tão sistemático que é aconselhável acompanhamento psicológico. Por isso, se você já passou por um susto desses, redobre a vigilância. É grande o risco de seu filho repetir a dose.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Otite: conheça a doença e evite complicações

Quando um processo infeccioso acomete a orelha da criança, a dor não demora a aparecer e, para desespero dos pais, vem acompanhada de muita irritação e choradeira. O quadro, chamado de otite, nem sempre é identificado logo de cara e também pode se tornar recorrente, o que representa uma dose extra de angústia. Para evitar o sofrimento da família, procuramos alguns especialistas e pedimos para contarem tudo sobre a otite – desde suas causas e sintomas até formas de prevenção e tratamento. Confira!

1. Afinal, o que é otite?
Trata-se de uma infecção que pode atingir a parte externa ou média da orelha (forma correta de denominar o ouvido). A otite externa costuma aparecer depois dos quatro anos de idade, quando a criança fica muito tempo em contato com a água, seja da piscina ou do mar. “A umidade excessiva pode retirar o cerume de proteção do canal auditivo. Por isso, quem pratica natação deve usar o protetor auricular”, informa Yechiel Moises Chencinski, pediatra especializado em homeopatia, de São Paulo (SP).
Já a otite média aguda é a mais comum – sobretudo nos três primeiros anos de vida – e, na maioria das vezes, surge como consequência de uma infecção respiratória. Isso acontece porque os vírus causadores de gripes e resfriados prejudicam o sistema imunológico, abrindo caminho para outros microorganismos ameaçadores: as bactérias. “Quando elas entram em cena, partem para a orelha média e causam a infecção”, explica Ricardo Godinho, otorrinolaringologista pediátrico e coautor do livro Cuidando dos ouvidos, nariz e garganta das crianças (editora Oirã), de Sete Lagoas (MG).

2. Fatores internos que favorecem a otite
Nas crianças, o canal que faz a ligação entre o nariz e ouvido, chamado tuba auditiva, é mais largo e curto. “Dessa forma, os processos infecciosos e inflamatórios que atacam as vias respiratórias chegam com bastante facilidade à orelha média, causando a otite”, esclarece Cleonice Hirata, otorrinolaringologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ainda de acordo com a médica, essa configuração anatômica só se modifica por volta dos sete anos de idade. Para complicar, o sistema imunológico dos pequenos ainda é frágil, tornando-os mais suscetíveis às ofensivas de vírus e bactérias.

3. Por que a otite é mais comum no inverno?
Quando a temperatura despenca, as gripes e os resfriados se tornam mais freqüentes, especialmente entre os pequenos, cujo sistema imunológico ainda não está totalmente “amadurecido”. Como as otites geralmente são precedidas de infecções respiratórias, é na época mais fria do ano, portanto, que os pais percebem uma maior incidência da famigerada doença.

4. Principais sintomas
“Independente da idade da criança e do tipo de otite, o principal sintoma é a dor”, frisa o pediatra Yechiel Moises Chencinski. Por causa do incômodo, as mães conseguem perceber algumas mudanças no comportamento do filho, como irritação e dificuldade para dormir e se alimentar – nos bebês, o ato de sugar o peito ou a mamadeira pode levar ao choro. Normalmente a doença também provoca febre e compromete a audição.

5. Formas de prevenção
De acordo com o otorrinolaringologista Ricardo Godinho, para proteger a criança da otite, o ideal é manter suas vias respiratórias sempre limpas e longe de problemas, já que as infecções e inflamações nessa área predispõem à doença. Deste modo, a lista de cuidados inclui evitar mudanças bruscas de temperatura e ambientes muito frios ou com fumaça de cigarro. Para que o sistema imunológico também dê uma força, impedindo os ataques de vírus e bactérias, é importante investir no aleitamento materno e seguir as orientações do pediatra em relação às vacinas indicadas para cada faixa etária.
Os especialistas fazem questão de frisar que a otite média não é causada por sujeira ou cera. Logo, não adianta cutucar o local com a haste flexível – ou seja, o famoso cotonete. Aliás, esse comportamento só tende a causar problemas, já que o objeto pode lesionar as paredes da tuba auditiva e o tímpano ou até mesmo direcionar a cera para o interior do ouvido, prejudicando sua eliminação natural. “A limpeza da parte externa da orelha pode ser feita no banho mesmo. Depois, basta enxugar com a toalha ou uma fralda de tecido”, ensina Cleonice Hirata, especialista da Unifesp.

6. Como aplacar a dor?
Quando a mãe desconfiar que o berreiro da criança está relacionado à otite, pode realizar compressas mornas na orelha com a ajuda de uma bolsa térmica, protegida adequadamente, ou uma fralda aquecida com o ferro de passar roupa. Até visitar o médico e dar início ao tratamento indicado, os analgésicos e antitérmicos também são bem-vindos para amenizar a dor. Outras medidas, como pingar azeite morno ou medicamentos caseiros no ouvido, são categoricamente rejeitado pelos especialistas. “Quando se coloca uma substância no canal auditivo, corre-se o risco de agravar a infecção e até mesmo dificultar a visualização do local pelo médico”, conta o pediatra Yechiel Moises Chencinski.

7. Como lidar com as otites de repetição
Algumas crianças têm predisposição a apresentar a doença repetidas vezes: são as chamadas otites de repetição – a classificação vale quando ocorrem mais de quatro episódios por ano. O problema deve ser acompanhado de perto por um médico, mas, na maior parte dos casos, são sugeridas algumas mudanças na rotina, como impedir que o pequeno seja exposto a poluentes (cigarro, poeira e mofo, entre outros), não deixá-lo deitado na hora de amamentar, já que o leite pode passar para a orelha média, contaminando-a, e evitar a entrada precoce em creches e berçários, onde o risco de contrair gripes ou resfriados é maior.

8. Por que tratar a otite logo e corretamente
Quando os sintomas da doença se manifestarem, especialmente após uma infecção respiratória, as mães devem procurar imediatamente um pediatra ou otorrinolaringologista para dar início ao tratamento apropriado. “A orelha média fica muito próxima às estruturas do sistema nervoso central e complicações da otite podem levar a uma meningite ou até mesmo a um abscesso cerebral”, informa Cleonice Hirata, otorrinolaringologista da Unifesp. Além disso, é válido lembrar que a multiplicação de bactérias pode causar a perfuração do tímpano e, como seqüela, levar à perda permanente da audição.

9. Antibióticos: a melhor saída? Como usá-los?
Na maioria das vezes, os especialistas indicam essa classe de medicamento para deter o processo infeccioso. Mas, para que o antibiótico realmente ajude, é fundamental respeitar a prescrição médica em relação ao tempo de uso e à posologia. Quem explica o motivo é o otorrinolaringologista Ricardo Godinho: “Nos primeiros dias o remédio consegue matar apenas as bactérias mais sensíveis. Por isso, ainda que a criança apresente uma melhora significativa, é necessário continuar com a medicação pelo tempo determinado, que costuma ser de dez dias. Caso contrário, as bactérias sobreviventes podem ganhar resistência e, em uma próxima infecção, não sucumbir ao tratamento”.

10. Quando há indicação cirúrgica para otites de repetição?
Em algumas crianças, a otite de repetição pode favorecer o acúmulo de líquido na orelha média, área que deve conter apenas ar. Quando isso ocorre, facilita-se o início de novos processos inflamatórios. Como o tratamento clínico não resolve o problema, a saída é recorrer a uma cirurgia bem simples para implantar tubinhos de ventilação na orelha. Segundo os especialistas, o objetivo do procedimento não é eliminar o líquido, e sim arejar o local. Assim, os tecidos se recuperam e as chances de ter mais inflamações diminuem. “Em aproximadamente um ano, os tubos são expulsos naturalmente pela própria orelha”, completa Cleonice Hirata, otorrinolaringologista da Unifesp. 

Entenda as mucopolissacaridoses e proteja o seu filho

Este conjunto de doenças com nome difícil é raro e o diagnóstico pode levar até dois anos. Entenda por que você deve ficar atento aos sintomas e conhecer melhor o quadro. As mucopolissacaridoses (MPS) são doenças metabólicas hereditárias causadas por erros inatos do metabolismo que levam à falta de funcionamento adequado de determinadas enzimas (substâncias que participam de muitas reações químicas no nosso organismo, mantendo-nos vivos e com saúde). As MPS fazem parte de um grupo chamado Doenças de Depósito Lisossomal. Conversamos com Dafne Horovitz, médica geneticista do Instituto Fernandes Figueira (Fiocruz), do Rio de Janeiro, para que você entenda o que tudo isso significa.

1. O que são as doenças mucopolissacaridoses?
São doenças classificadas em um grupo chamado de erros inatos do metabolismo, em que a pessoa nasce com uma informação genética incorreta, levando à falha de produção de uma substância (enzima) importante para certas reações químicas no organismo. No caso das mucopolissacaridoses (MPS), trata-se de um grupo chamado de doenças de depósito lisossômico. Diante da falha na produção de enzimas - situação determinada geneticamente -, substâncias chamadas mucopolissacarídeos ou glicosaminoglicanos se acumulam em vários órgãos e sistemas do organismo, levando a problemas nos ossos, articulações, coração, olhos, ouvidos, sistema nervoso central e outros. As doenças desse grupo são progressivas, ou seja, pioram à medida que o tempo passa.

2. Como saber se o meu filho tem a doença?
Há características clínicas específicas, como o engrossamento das feições e rigidez nas articulações, em geral associadas a outros problemas clínicos. O primeiro passo para o diagnóstico é a suspeita clínica, geralmente feita por um médico generalista, como o pediatra. A partir da suspeita, o diagnóstico é feito por meio de exames especializados, em amostras de sangue e urina.

3. Até que idade é comum descobrir a doença?
Isso varia de acordo com as manifestações mas, em geral, os diagnósticos são feitos até os 5 ou 6 anos de idade- embora a maioria das crianças comecem a apresentar sintomas muito mais cedo. Uma pista para se considerar o diagnóstico de uma doença genética ou metabólica é a sensação de que a criança que parece ter “vários problemas diferentes”.

4. Como é o tratamento?
O tratamento envolve várias especialidades médicas e de suporte, visando a prevenção de complicações e manutenção de boas condições clínicas. Já existe tratamento específico disponível para três tipos de MPS, através da terapia de reposição enzimática (TRE). A TRE é um tratamento que envolve infusão, através da veia, de enzima recombinante, que substituiu a enzima deficiente no organismo. Mas, vale ressaltar que o medicamento não reverte certas lesões já existentes, nem atua no sistema nervoso central.

5. Onde tratar?
O primeiro passo é procurar o médico geneticista e diagnosticar o tipo de MPS para que, assim, seja estabelecido o tratamento adequado, tanto medicamentoso quando multidisciplinar. Após a confirmação do diagnóstico, o paciente deve procurar os centros de referência em pesquisa e tratamento de MPS. Vale pedir, ao geneticista, que indique o centro mais próximo, mas nem sempre haverá um na cidade ou mesmo no Estado do paciente. Desta forma, a melhor maneira de buscar o tratamento é entrar em contato com a Secretaria de Saúde de seu município.

6. Os sintomas são os mesmos de outros problemas comuns em crianças. O que o diagnóstico tardio pode acarretar?
Quanto mais tarde o diagnóstico, mais difícil será reverter problemas já instalados, como, por exemplo, a doença óssea e a lesão de válvulas cardíacas.

7. Uma pessoa com MPS pode ter uma vida normal?
Pode, desde que o tratamento seja iniciado precocemente. Nas situações em que há acometimento neurológico que evoluem com problemas mentais, não é possível evitar a progressão do problema nem mesmo com a TRE. Em alguns casos (diagnosticados precocemente), a doença neurológica poderá ser evitada com o transplante de medula óssea ou de células tronco do cordão umbilical. Pacientes submetidos à TRE vêm apresentando ganhos na qualidade de vida, com melhoras das limitações físicas impostas pela doença.

8. Como ter certeza que o meu filho não tem MPS?
Diante de suspeita clínica, exames complementares específicos podem descartar a hipótese. Mas, trata-se de uma doença rara que evolui, em geral, com quadro bem característico.

Imunidade em alta para o seu bebê

Os bebês nascem com o sistema imunológico cru. Assim como as habilidades de andar e de falar, essas defesas amadurecem com o tempo e à medida que a criança entra em contato com vírus e bactérias. Tanto que muitos pediatras acham comum que, até os 2 ou 3 anos, os pequenos apresentem de sete a oito infecções anuais. Especialmente se freqüentam desde cedo berçários e creches, onde a convivência com outras crianças e com os funcionários da instituição normalmente se encarrega de socializar as viroses. "O recém-nascido já tem o arcabouço de seu sistema de defesas pronto. Mas é como um livro em branco onde ele irá escrever as receitas de como combater as infecções e outros agentes estranhos a seu organismo", explica Victor Nudelman, pediatra e imunologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "A criança pode preencher as páginas em quatro ou em dez anos. Depende da exposição que terá a microrganismos potencialmente perigosos." Não é possível nem aconselhável manter o bebê numa redoma, evitando que pegue gripes e resfriados, porque são essas experiências que o ajudam a esculpir suas defesas. Mas o ideal é moderar essa exposição, especialmente no primeiro ano de vida, para não sobrecarregar o organismo ainda "inexperiente".Não significa, porém, que você deva ficar de braços cruzados esperando que seu filho escreva sozinho o livro de sua imunidade. Existem várias recomendações que, colocadas em prática já, o ajudarão a fortalecer suas defesas. Vamos a elas:


Valiosas regras de higieneLavar as mãos antes de pegar o bebê e esterilizar chupetas, mamadeiras, copinhos e brinquedos que vão à boca são cuidados que evitam a superexposição de seu filho a germes, bactérias e vírus. "Esses conceitos básicos muitas vezes são deixados de lado", observa a neonatologista Alice Deutsch, do Albert Einstein. Da mesma forma, convém evitar que pessoas gripadas fiquem muito perto do bebê nos primeiros meses. São precauções simples que preservam um pouco suas defesas ainda frágeis.

Proteção em cada mamada Não é de hoje que você ouve dizer que não há nada melhor para o bebê do que o leite materno. Tanto que os especialistas recomendam que a criança seja alimentada exclusivamente com ele até os 6 meses de vida. Pois aí vai outro forte motivo para insistir nessa tecla: além de todos os nutrientes importantíssimos para o crescimento de seu filho, seu leite é fonte de várias substâncias que fortalecem as defesas dele. A começar pelo colostro, aquele líquido ralo dos primeiros dias. Uma das poderosas substâncias que ele contém é a imunoglobulina IgA, um anticorpo que se espalha pela mucosa intestinal infantil formando uma barreira bioquímica que impede a penetração no organismo de bactérias perigosas.Outra substância vital é o oligossacáride, um açúcar que estimula a proliferação de uma flora intestinal também disposta a combater tais bactérias. "Com essas substâncias, a criança amamentada fica mais protegida contra problemas como a diarréia", explica o pediatra Fábio Ancona Lopez, professor de nutrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O leite materno também injeta no organismo do bebê milhões de glóbulos brancos, a principal célula de defesa do nosso corpo. "Além de tudo isso, é fonte dos chamados fatores inespecíficos, substâncias que potencializam o desempenho dos glóbulos brancos e dos anticorpos produzidos pela criança", completa. Mas não se desespere se não conseguir suprir as necessidades de seu filho até os 6 meses preconizados pelos pediatras - situação bastante comum entre mulheres que voltam ao trabalho depois da licença-maternidade. "Um período de quatro meses de amamentação exclusiva já é considerado satisfatório pela Organização Mundial de Saúde", tranqüiliza Lopez.

Frutas e legumes têm a força
O efeito é indireto, mas igualmente importante. Assim como o corpo, para se fortalecer o sistema imunológico precisa de vitaminas e sais minerais. "Eles ajudam a modular as reações químicas necessárias para a produção de anticorpos. Ou seja, se o organismo dispõe desses nutrientes nas quantidades ideais, consegue produzir uma resposta imunológica mais rápida", explica Nudelman. Uma alimentação balanceada, especialmente rica em frutas e legumes, principais fontes de vitaminas e sais minerais, é, segundo Ancona Lopez, suficiente para dar uma força extra - e preciosa - às defesas do pequeno. A maneira de conseguir isso é engatar um programa esperto de desmame, oferecendo a ele uma boa variedade de alimentos sólidos.

O poder restaurador do descanso
Pesquisas neurológicas mais recentes garantem que boas horas de sono são imprescindíveis para fortalecer o sistema imunológico. "Estudos feitos com ratos mostraram que depois de 72 horas sem dormir eles apresentavam alto risco de contrair infecção generalizada", diz o neurologista Mauro Muszkat, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Interdisciplinar da Universidade Federal de São Paulo. A explicação é simples. Em primeiro lugar, se não dormimos direito, produzimos mais hormônios do stress, que acabam prejudicando o desempenho das células de defesa do organismo. Segundo, é durante o sono que fabricamos uma quantidade maior de substâncias que estão diretamente ligadas tanto à produção de anticorpos quanto ao desempenho dessas células. Portanto, certifique-se de que seu bebê durma o suficiente: de 16 a 20 horas por dia, no caso dos recém-nascidos; de 14 a 15 horas, incluindo as sonecas diurnas, para os bebês de 6 meses a 2 anos. Cuidar para que a criança tenha um sono de qualidade também é importante. O que significa proporcionar a ela um ambiente tranqüilo, sem barulho, com luz reduzida e que não incida em seu rosto.

Carteirinha de vacinas em dia
Elas são uma maneira de expor a criança ao agente infeccioso de forma controlada e, com isso, dar ao sistema de defesa a oportunidade de fabricar os anticorpos. Dessa forma, quando o bebê for exposto à bactéria ou ao vírus de verdade, seu organismo já terá como combatê-lo ou no mínimo amenizar os efeitos. "A maioria das vacinas utilizadas nos calendários de imunização recomendados pelos médicos e pelo governo tem eficácia próxima a 100%", diz o pediatra Roberto Bittar, da Cliap - Clínica de Imunização Pediátrica, de São Paulo. Para que seu filho se beneficie dessa proteção, porém, é fundamental vaciná-lo nas datas indicadas.O roteiro de prevenção começa com a vacina contra a hepatite B, cuja primeira dose deve ser dada ainda na maternidade. O mesmo vale para a BCG, que imuniza contra a tuberculose. A partir daí, você traça com o pediatra o caminho a seguir. Hoje em dia, quem tem disponibilidade de pagar um pouco mais para imunizar o filho em instituições particulares conta com vacinas de última geração, que apresentam várias vantagens. As combinadas, que reúnem num único produto a proteção contra várias doenças, estão nesse grupo. "A tendência é cada vez mais produzir vacinas com o maior número de combinações possíveis. Dessa forma, diminuímos o número de injeções que a criança toma e a necessidade de visitas freqüentes aos locais de imunização", observa Bittar. Um exemplo disso é a vacina conhecida como pentavalente, que engloba a Salk (contra poliomielite), a tríplice (coqueluche, difteria e tétano) e a Haemophilus influenzae (meningite e infecções generalizadas). Ela é dada em quatro doses: aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 18 meses. São portanto quatro picadas. Se optar pelas convencionais, seu filho terá que tomar 12 picadas. A Haemophilus influenzae inaugura ainda outra conquista: graças aos avanços tecnológicos que incorporou, pode ser aplicada já a partir dos 2 meses de vida. Antigamente, apenas crianças de 2 anos ou mais receberiam esse tipo de imunização. "Aí ela já não era tão necessária, pois as crianças correm maior risco de contrair as infecções que essa vacina previne justamente nos dois primeiros anos", conclui Bittar.

Como funcionam nossas defesas
Nossa estratégia de defesa começa com a pele, que reveste o corpo e barra os agentes agressores externos. "Mas é em nosso organismo que estão os soldados mais especializados em combater infecções e outras doenças", afirma Marco Aurélio Sáfadi, pediatra e infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. O exército mais numeroso é composto de glóbulos brancos, células "patrulheiras" que percorrem nosso corpo à procura de vírus, bactérias e outros invasores que possam causar algum dano. Identificando algum deles, elas imediatamente disparam uma ordem para a produção de anticorpos, as imunoglobulinas, cuja missão é eliminar o inimigo. Esses soldados de ataque são altamente especializados: para cada agente infeccioso, o sistema imunológico tem que bolar uma "receita" específica de anticorpos. "Se é a primeira vez que o organismo do bebê identifica o microrganismo, levará algum tempo para preparar a resposta. Mas automaticamente ele irá memorizá-la e, da próxima vez em que o vírus aparecer, será mais prontamente combatido", explica Sáfadi.

As armas que ele recebe ainda no útero
Nos últimos três meses de gestação, a mãe passa uma provisão de anticorpos para o bebê que o protegerá nos primeiros 6 meses de vida. "São anticorpos contra as doenças que ela já teve ou contra as quais foi vacinada, como o sarampo. Depois eles perdem a validade e caberá ao bebê fabricar as próprias defesas", esclarece Marco Aurélio Sáfadi, pediatra e infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Esse é mais um dos motivos para que a mãe faça um pré-natal caprichado e se previna contra os riscos de ter o filho prematuramente. "Os bebês prematuros são ainda mais vulneráveis a infecções, porque não contam com essa proteção imunológica adquirida ainda no útero", diz a neonatologista Alice Deutsch, do Hospital Israelita Albert Einstein, também em São Paulo.

A magia do toque
Que a massagem aprofunda o vínculo entre mãe e bebê pouca gente duvida. Mas vários estudos tentam verificar se esses toques teriam a capacidade de fortalecer o sistema imunológico da criança. "Existem indícios de que a massagem desencadeia alterações no sistema nervoso central, que teriam como reflexo a ativação ou modulação das defesas da criança", observa a enfermeira e psicomotricista Maria das Graças Barreto Silva, coordenadora do Grupo de Massagem e Estimulação de Bebês, do departamento de enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Mesmo que os efeitos na imunidade não tenham ainda comprovação científica, não custa tentar: no mínimo, será um momento de prazer compartilhado entre mãe e filho.   

Afaste o piolho

Coceira e couro cabeludo irritado. Esses são sintomas clássicos de que o piolho está em ação. “Umedeça o cabelo da criança com água morna e passe um pente fino, procurando cuidadosamente pelo inseto”, ensina a dermatologista Meire Brasil, da Universidade Federal de São Paulo. O piolho tem uma coloração marrom-acinzentada e seus ovos, mais conhecidos como lêndeas, são esbranquiçados. Por isso, use uma toalha colorida para facilitar a perseguição ao invasor. Se a presença se confirmar, leve a criança a um especialista. Existem tratamentos tópicos e por via oral muito eficazes para combater o problema.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Meu bebê tem seis dedinhos: e agora?

A fase de gestação já está terminando, e a mamãe já tem em mente a imagem do filho desenhada na mente mesmo sem nunca tê-lo colocado no colo. Jamais ela imaginará seu filho surgindo ao mundo com mais dedos que o previsto. Logo, vem a pergunta: será que isso é normal?
Comum não é, mas nem por isso os pais devem ser preocupar. Duas das mal-formações congênitas são facilmente resolvidas com cirurgias reparadoras: a polidactilia e a sindactilia.
A polidactilia é o excesso de dedos nas mãos ou nos pés. Pode aparecer desde um dedo extra, completamente desenvolvido, até a de uma simples protusão carnosa. Já a sindactilia é quando dois dedos nascem parcialmente ou totalmente unidos.
A medicina hoje, com exames avançados e ultra-som onde se consegue ver até mesmo o rostinho do bebê dentro da barriga da mamãe, pode diagnosticar várias síndromes, doenças e mal-formações congênitas desde muito cedo, até mesmo no decorrer da gestação. Não é preciso o bebê nascer para saber se ele é ou não “normal”.
Isso acontece com as mal-formações das mãos e dos pés. Desde a barriga a mamãe já sabe que seu bebê vai nascer ou com a polidactilia ou a sindactilia. Assim os pais podem se preparar para receber um bebê com uma alteração e planejar juntamente com o médico a melhor época para realizar a cirurgia reparadora.
A cirurgia para a retirada do dedo extranumerário ou a separação dos dedos é uma das cirurgias plásticas infantis mais realizadas. Mas a retirada do dedo extra não é simples. O médico deve pedir exames para verificar qual dedo tem melhor funcionamento e decidir se tem ou não que intervir nos tendões.


Famosos com dedo a mais - A apresentadora Daniela Cicarelli, por exemplo, tem seis dedos em um pé, mas nem por isso optou por cirurgia. Outro famoso que preferiu não passar por operação é o jogador Fabinho, ex-Corinthians e Santos, que convive harmoniosamente com seis dedos em uma das mãos.
Já a miss Brasil Natália Guimarães passou por cirurgia quando ainda era recém-nascida para extração de um dedo da mão. O pai dela também nasceu com um dedo a mais. “Ficou só uma marquinha que não dá nem pra ver direito. É hereditário. Não tive qualquer problema depois da operação”, conta a modelo.


Apelidos na escola - Os pontos importantes da realização da cirurgia precoce são o crescimento e desenvolvimento adequado dos membros afetados, além da auto-estima da criança, que quando chega à escola com dedos extras ou unidos recebem apelidos nada agradáveis, podendo interferir no processo de sociabilização e aprendizado, dependendo da característica da criança.
A sindactilia e a polidactilia são genéticos e hereditários, isto é, se há na família história dessas alterações, principalmente se for pai ou mãe, as crianças tem mais chances de desenvolver essas alterações.
Se na gestação se descobrir a sindactilia ou a polidactilia, é bom pedir para um médico fetal examinar o bebê. Essas alterações dos membros podem ser sintomas de alguma síndrome; quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o tratamento.
Normalmente, a sindactilia e a polidactilia não são sintomas de síndromes e não causam desconforto. Às vezes podem impedir a criança de calçar algum modelo de calçado ou dor. Hoje é difícil verificar crianças maiores ou adolescentes com essas mal-formações, já que as cirurgias reparadoras são realizadas com apenas meses de vida.


DICA
Se houver nascimento de um filho com sindactilia ou polidactilia, o bom é fazer um aconselhamento genético na próxima gestação.
Não se assuste em realizar cirurgia em bebê tão pequeno. Converse com o médico e tire suas dúvidas.
Se seu filho não realizar a cirurgia, converse muito com ele sobre sua alteração para que ele não fique inseguro se algum amiguinho tirar “sarro” da sua mal-formação..

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Teste do Pezinho

O exame laboratorial, chamado também de triagem neonatal, detecta precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Falemos numa linguagem mais simples. Esse exame é popularmente conhecido como teste do pezinho, pois a coleta do sangue é feita a partir de um furinho no calcanhar do bebê.
As mamães geralmente ficam com o coração na mão quando tem que levar seus bebês para o exame, pois estes normalmente choram. Mas por que a picadinha no calcanhar? O que as mães devem saber é que o calcanhar é uma região rica em vasos sanguíneos e a coleta do sangue é feita rapidamente com um único furinho. O furo é quase indolor, mas a dor ainda é uma sensação nova para o bebê e por isso choram.
Esse exame é realizado em grande parte nas maternidades quando o bebê completa 48 horas de vida. Antes disso, o teste pode sofrer influência do metabolismo da mãe. O exame também é feito em laboratórios.
O ideal é que o teste seja feito até o sétimo dia de vida. Basta apenas uma picada no calcanhar do bebê para retirar algumas gotinhas de sangue que serão colhidas num papel filtro e levadas para serem analisadas.


Prevenindo doenças graves - Para quem não sabe, o teste do pezinho é obrigatório por lei em todo o Brasil e a simples atitude de se realizar o exame faz com que doenças causadoras de seqüelas irreparáveis no desenvolvimento mental e físico da criança sejam detectadas e tratadas mesmo antes do aparecimento dos sintomas.
O diagnóstico precoce oferece condições de um tratamento iniciado nas primeiras semanas de vida do bebê, evitando a deficiência mental. A deficiência, uma vez presente no corpo, já não pode ser curada.
Existem diferentes tipos de exames do pezinho. O Sistema Único de Saúde (SUS) instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal, onde cobre a identificação de até quatro doenças (fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme e fibrose cística). Mas nem todos os Estados brasileiros realizam os quatro testes.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal prevê três fases do teste do pezinho, em que os Estados devem se adequar. A primeira fase detecta as doenças fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. A segunda inclui a anemia falciforme, e a terceira fase a fibrose cística.


Versão nova do teste - Hoje já existe uma versão ampliada do teste do pezinho onde é possível identificar mais de 30 doenças antes que seus sintomas se manifestem. Mas é ainda um recurso sofisticado e bastante caro, não disponível na rede pública de saúde.
Mesmo assim, a versão ampliada do teste do pezinho é subdividida. Geralmente, quanto maior o número de doenças detectadas, mais caro é o exame. Existem ainda exames complementares que também podem ser realizados com o sangue do papel filtro do teste do pezinho.
O exame do pezinho é essencial para o desenvolvimento da saúde do seu bebê. Não esqueça que o exame convencional é obrigatório e gratuito. Exija sempre seus direitos e faça com que sejam cumpridos.


Dicas
Não esqueça de buscar o resultado. Qualquer alteração no resultado, leve para o pediatra examinar.
Não se preocupe se tiver que repetir o exame. O teste do pezinho exige repetição para esclarecer o primeiro resultado, quando suspeito de normalidade ou quando o teste é realizado antes de 48 horas de vida.
Um resultado normal, mesmo no teste ampliado, não afasta a possibilidade de outras doenças neurológicas genéticas ou adquiridas. O teste não diagnostica, por exemplo, a síndrome de Down.

Teste do Olhinho

Existem hoje em dia vários tipos de exames que são realizados logo que o bebê nasce, antes mesmo da alta hospitalar. São triagens neonatais que podem prevenir doenças e até mesmo detectar alguma alteração o mais cedo possível para evitar seqüelas mais graves.
Já havíamos abordado em outros artigos do Guia do Bebê os testes do Pezinho e da Orelhinha, desta vez citaremos o teste do Olhinho, tão importante quanto os outros dois.
O teste do olhinho (ou o teste do reflexo vermelho) é um exame que deve ser realizado rotineiramente em bebês na primeira semana de vida, preferencialmente antes da alta da maternidade, e que pode detectar e prevenir diversas patologias oculares, assim como o agravamento dessas alterações, como uma cegueira irreversível.
Ao contrário do teste do pezinho, que é super conhecido nacionalmente (até por ser obrigatório), os testes da orelhinha e olhinho são muito menos "famosos" entre os pais. A explicação para a pouca fama se deve ao fato de ambos os testes são realizados somente em alguns Estados e cidades do país.
Para alívio das mamães, o teste do olhinho é fácil, não dói, não precisa de colírio e é rápido (de dois a três minutos, apenas). Uma fonte de luz sai de um aparelho chamado oftalmoscópio, tipo uma "lanterninha", onde é observado o reflexo que vem das pupilas. Quando a retina é atingida por essa luz, os olhos saudáveis refletem tons de vermelho, laranja ou amarelo,
Já quando há alguma alteração, não é possível observar o reflexo ou sua qualidade é ruim, esbranquiçada. A comparação dos reflexos dos dois olhos também fornece informações importantes, como diferenças de grau entre olhos ou o estrabismo.
O teste do olhinho previne e diagnostica doenças como a retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto e a cegueira. Segundo dados estatísticos, essas alterações atingem cerca de 3% dos bebês em todo o mundo.


Prematuros - Bebês prematuros devem obrigatoriamente realizar esse teste visual, de modo que afaste o risco da retinopatia da prematuridade, principal causa da cegueira infantil na América Latina.
"Como essas crianças prematuras ainda passam por um processo de formação, possuem vasos sangüíneos imaturos no globo ocular", explica Larissa Magosso, oftalmologista da Maternidade e Hospital da Criança, em São Paulo/SP.
O teste do olhinho pode ser realizado por um pediatra, mas se alguma alteração é identificada, o bebê deve ser encaminhado para o oftalmologista para a realização de exames mais específicos.


Não deixe para depois - Pelo menos 60% das causas de cegueira ou de grave seqüela visual infantil podem ser prevenidos ou tratáveis se fossem detectadas precocemente, antes de se agravarem. Daí a importância do teste do olhinho.
O pior de tudo é que mais da metade dos casos só tem o problema descoberto quando estão cegas ou quase cegas para o resto da vida. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica prevê cerca de 710 novos casos de cegueira por ano.

Teste do Coraçãozinho

Mãe e pai devem ter conhecimento de testes importantes para detectar doenças logo após o nascimento do filho e assim poder tratá-las o quanto antes. Os mais famosos são: teste da orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho. Exames simples que aumentam as chances de cura caso diagnosticados logo no começo da vida. Mas há um novo teste que pode ajudar ainda mais os bebês na busca de uma melhor qualidade de vida: o teste do coraçãozinho.
Antes de explicar como é feito o teste do coraçãozinho, vamos recapitular os outros exames. O teste do pezinho é o mais conhecido, podendo avaliar se o bebê tem doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê.
Outro tipo é o teste da orelhinha, que pode detectar se o bebê tem alguma perda auditiva. O exame pode prevenir algum problema no desenvolvimento da fala e linguagem. Há também o teste do olhinho, que pode encontrar algum risco para a cegueira infantil.
O teste do coraçãozinho pode até salvar a vida de bebês que nascem com defeitos cardíacos. Se trata na verdade de uma pulseira que mede a concentração de oxigênio no sangue e que detecta problemas no coração antes mesmo de aparecerem sintomas. O lado bom: leva menos de 5 minutos. Geralmente, um a cada 130 bebês pode apresentar alterações cardíacas congênitas, como buracos entre as câmaras do coração e defeitos na válvula cardíaca.
Em algumas maternidades no Reino Unido, o teste do coraçãozinho possibilitou a detecção de 75% das alterações cardíacas. Juntamente com outros métodos pré e pós o nascimento, como ultrassonografia e ecocardiograma, a probabilidade de detecção subiu para 92%.
O problema é que esse teste é pouco difundido no Brasil. O Hospital São Luiz, em São Paulo, é um dos poucos que realiza exames desse tipo. No entanto, caso os pais queiram que o filho seja submetido ao exame, o pequeno necessita de atestado medico antes de chegar aos testes. Geralmente, os hospitais fazem diversos exames cardíacos no recém-nascido, e não somente do coraçãozinho, encarecendo o exame. Portanto, um exame pode variar entre R$ 100 e mais de R$ 1.000.
A descoberta precoce de problemas cardíacos congênitos é muito importante para a realização de cirurgias rápidas e precisas. Sem esse teste o bebê pode receber alta sem que as anomalias congênitas do coração fossem encontradas, o que poderia agravar sem auxílio médico.
Alguns hospitais no Brasil já realizam esse teste. Pergunte e peça para o seu médico a realização da triagem neonatal completa com os testes do pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho.

O Teste da Orelhinha, enfim, virou lei

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 12.303, de 2 de agosto de 2010, que torna obrigatória e gratuita a realização do exame chamado Emissões Otoacústicas Evocadas, mais conhecido como Teste da Orelhinha.
Essa lei é um grande passo para a prevenção de problemas na criança, pois pelo Teste da Orelhinha é possível detectar milhares de possíveis doenças. A deficiência auditiva é uma patologia muito comum entre os recém-nascidos, sendo encontrado de um a três casos de surdez a cada 1.000 nascimentos.
Esse número aumenta para até seis casos a cada 1.000 nascimentos se o bebê tem algum de fator de risco para surdez, como casos de deficiência auditiva na família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, infecção congênita (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus e herpes), anormalidades craniofaciais (má formação de pavilhão auricular, fissura lábio palatina), fez uso de medicamentos ototóxicos, entre outros.
Só para comparação, o Teste do Pezinho é obrigatório nas maternidades desde 1983 no estado de São Paulo e desde 1992 em todo o Brasil e entre as doenças que esse teste detecta é encontrado 1 caso a cada 10.000 nascimentos.
Bem menos que a deficiência auditiva. Já estava mais do que na hora do Teste da Orelhinha se tornar obrigatório em todo território nacional.


Os benefícios - A população e o a Saúde Pública se beneficiam com a obrigatoriedade do teste da orelhinha. Até o mês passado muitos casos de deficiência auditiva que poderiam ter sido diagnosticadas logo ao nascimento só são detectados com três ou quatro anos prejudicando o desenvolvimento da fala e linguagem da criança assim como o desenvolvimento cognitivo e social, explica a fonoaudióloga Jamile Elias.
Quanto mais cedo for detectada a deficiência auditiva, mais precocemente serão as intervenções realizadas. Um bebê que tenha um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte. Imagine uma criança que tenha detectado deficiência auditiva apenas aos 2 anos.
Pense no tempo perdido que ela deixará de desenvolver estímulos importantes para a fala, elemento imprescindível para a comunicação e socialização. Lembre-se que uma criança depende dos sons que ouve para esboçar as primeiras palavrinhas, inclusive o “mamãe” e “papá (papai)”.


Sem dor - O Teste da orelhinha não é dolorido, não precisa de injeções, anestesia ou colhimento de sangue do bebê. O teste é indolor, acontece com o bebê dormindo (sono natural) e não tem contra-indicações. É realizado no segundo ou terceiro dia de vida e consiste na colocação de um fone na orelha do bebê acoplado a um computador que emite sons e recolhe as respostas que a cóclea do bebê produz.
Não se esqueça, mamãe, de exigir da maternidade que escolheu para ter o seu bebê o Teste da Orelhinha. É um exame que beneficiará todo o desenvolvimento do seu filho.