sexta-feira, 30 de setembro de 2011

As famosas crostinhas

São aquelas placas de óleo que aparecem grudadas no couro cabeludo dos bebês e exalam um odor de gordura. O nome técnico é dermatite seborréica e acomete, principalmente, as crianças de até quatro meses de idade. “Nessa fase, o organismo do recém-nascido ainda acumula hormônio da mãe, especialmente a progesterona, que estimula a produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas”, explica a dermatologista Meire Brasil, da Universidade Federal de São Paulo. À medida que os hormônios são eliminados, essas placas tendem a diminuir.

O sabonete certo

A recomendação é bem parecida com a do xampu e também vale para crianças de todas as idades. O sabonete deve ser o mais neutro possível, pois o pH próximo ao da pele ajuda a evitar ressecamento e irritações. "Procure optar por produtos infantis, que são hipoalergênicos e adequados para os pequenos", afirma o pediatra Antônio Carlos Madeira, do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio de Janeiro. Sabonetes de glicerina neutros também são bem-vindos.

O bebê engatinhou? Fique de olho na limpeza do chão

A criança começa a engatinhar por volta do oitavo ou nono mês. Daí, é preciso redobrar o cuidado com a higiene do chão do quarto e, por extensão, da casa ou do apartamento. A limpeza deve ser diária, recomenda a pediatra Claudia Regina Brandalize, de Curitiba. O asseio do piso vai depender do tipo de material que o constitui. No quesito produtos de limpeza, o aconselhável é dar preferência para os que não exalam odores fortes. Evite também aromatizadores. Essas duas medidas contribuem para afastar o risco de reações alérgicas. Procure manter o quarto sempre ventilado e garanta que ele receba iluminação natural. Por fim, não apele para inseticidas, mesmo os de tomada. Pelo menos enquanto a criança ainda for pequena, sugere o pediatra Vitor Costa Palazzo, do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba. Tudo para ficar longe de imprevistos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Alarme falso

Quando uma gravidez gemelar é descoberta muito no início, antes da sexta semana, pode ser que mais tarde só se confirme a presença de um bebê. "Hoje em dia as ultra-sonografias, mais nítidas e precisas, são feitas cada vez mais cedo", explica o médico Sang Choon Cha, do Laboratório Fleury, em São Paulo. "Por isso, às vezes o médico anuncia gêmeos e, com o passar do tempo, só um deles sobrevive." O que ocorre é uma espécie de seleção natural no ventre materno que não prejudica o bebê resistente.

São dois bebês!

As técnicas de fertilização assistida são a principal causa do boom de barrigas dois-em-um nos dias de hoje (veja por que elas favorecem o aparecimento de gêmeos e, ainda, as causas naturais de gestações gemelares). Felizmente o aumento dessas gestações, mais delicadas por natureza, vem sendo acompanhado de perto por incríveis avanços da Medicina fetal.
As peculiaridades de dar à luz gêmeos começam bem antes de os bebês irem para casa, quando são necessários dois berços, dois colos e fraldas que não acabam mais. "A gravidez gemelar não pode ser encarada simplesmente como duas gestações normais e simultâneas", frisa o médico Sang Choon Cha, do Laboratório Fleury. E a futura mamãe não demora para perceber isso.
Os enjôos, o inchaço, a dificuldade para dormir, as alterações de humor e o ganho de peso costumam ser mais severos. Além disso, a fome devastadora precisa ser barrada. Só é permitido comer, em média, 500 calorias a mais que uma grávida de feto único - cuja dieta deve ter em torno de 2,5 mil calorias.
"O médico precisa acompanhar mais de perto o desenvolvimento dos bebês e a saúde da gestante", ressalta o ginecologista e obstetra paulista Flávio Garcia de Oliveira, autor do livro Bebê a Bordo, Guia para Curtir a Gravidez a Dois, editado recentemente pela Matrix. Nele fez questão de incluir observações sobre gravidez múltipla em cada capítulo. "O corpo feminino reclama, afinal a natureza não o preparou para sustentar dois bebês ao mesmo tempo", nota o especialista.

Os banhos no primeiro semestre de vida

Procure manter sempre o mesmo horário e local para o banho. “Introduzir uma rotina é muito importante para que a criança se habitue”, diz o pediatra Vitor Costa Palazzo, diretor de pediatria do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba. “Dessa forma, ela fica disciplinada e tranqüila.” O choro não combina com a hora do banho, um momento geralmente de prazer para os pequenos. Para evitar que o bebê se assuste e abra o berreiro, a dica é passar um pouco de água no rosto e na cabeça antes de dar início à operação de limpeza. “Durante o banho, jogue a água de cima para baixo para evitar que ela entre no nariz da criança”, ensina o pediatra Gastão Pereira Cordeiro Ferreira, também do Hospital Infantil Pequeno Príncipe.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quais são as causas do sapinho?

Nosso organismo hospeda uma série de fungos e bactérias que, em condições normais, vive em harmonia com esses bichos. Por algum motivo, seja por estresse ou baixa resistência, eles podem se multiplicar e deflagrar um problema. "No caso do sapinho, a candida albicans se aproveita de uma situação de prejuízo imunológico", afirma Maria Aurora Brandão. Como esse fungo gosta de lugares úmidos, ele costuma dar as caras em bicos de mamadeira ou chupetas não higienizados corretamente e até mesmo fraldas - a pouca ventilação cria um ambiente propício para a proliferação do microorganismo.

O que é o sapinho?

O nome científico do sapinho é monilíase. Trata-se de uma infecção causada por um fungo chamado candida albicans, o mesmo da candidíase. Ela pode aparecer na boca - língua, gengivas, parte interna das bochechas e até nos lábios - ou na região perineal, a área que é coberta pela fralda. "O aspecto do sapinho é o de um restinho de leite que não sai", afirma Maria Aurora Brandão, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. No períneo, ele costuma se manifestar na forma de bolinhas avermelhadas. Elas normalmente não geram incômodo, mas, em casos mais graves, podem causar dor, irritação e coceira.

Tudo sobre o popular sapinho

Algumas noções básicas de higiene geralmente são capazes de manter seu bebê longe dessa infecção provocada por fungos. Existem casos, no entanto, em que o problema surge devido a uma queda nas defesas do pequeno. As mães, principalmente as que estão amamentando, devem ficar atentas. Isso porque elas também estão sob risco de contaminação. Veja abaixo como barrar esse problema.

Sem drama para cortar as unhas

Até os 2 anos de idade, o momento de cortar as unhas é sempre uma tensão para as mães, que se apavoram diante dos dedos frágeis e delicados. Não é para menos. “A unha dos pequenos é mais mole, semelhante a uma pele endurecida”, alerta a dermatologista Denise Steiner, de São Paulo. “Por isso, são necessários alguns cuidados para prevenir ferimentos ou inflamações.” Antes de tudo, lave bem as mãos – as suas e as da criança – com água morna e sabonete. Use uma tesoura ou um cortador infantil. Fique de olho para não se confundir e ferir a pele. Procure realizar um corte mais reto, sem cutucar os cantos, que tendem a inflamar com facilidade. O ideal, nessa idade, é repetir o procedimento semanalmente para evitar que a criança se arranhe. Já as unhas dos pés podem ser aparadas uma ou duas vezes por mês.

Bolinhas na testa?

São aqueles pontos rosados, ligeiramente elevados, que formam bolinhas na testa ou no dorso, especialmente de bebês com idade inferior a 1 ano. “Essa manifestação é provocada pela obstrução das glândulas sudoríparas”, explica o pediatra Antônio Carlos Madeira, do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio de Janeiro. Isso acontece devido ao calor. Por isso, evite o excesso de roupas ou de cobertores e nunca deixe a criança exposta ao sol. Também não exagere nos agasalhos. As brotoejas costumam regredir naturalmente. “Uma boa dica é colocar um pouco de farinha de amido de milho na água do banho”, recomenda Madeira.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alerta para manchas

Sinais e manchas são muito comuns. Alguns já nascem com o bebê, outras aparecem com o tempo. Não é preciso entrar em pânico, mas é importante que um dermatologista faça uma avaliação. As manchas mais escuras, maiores e com bordas irregulares são as que merecem atenção redobrada. Em casos extremos, podem até evoluir para um melanoma – um câncer de pele. Grande parte dessas marcas desaparece até os 2 anos de idade.

À prova de pó e alergias

Observar alguns detalhes na hora de decorar o quarto do bebê contribui para a prevenção de problemas como as alergias. ´´Os pais devem evitar tapetes e, em vez de cortinas, optar por persianas´´, aconselha o pediatra Gastão Pereira Cordeiro Ferreira, do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba. Além disso, nada de encher o cômodo com bichos de pelúcia. Em resumo, todos esses itens acumulam pó, o que favorece a deflagração de reações alérgicas. Por fim, parcimônia com bibelôs, penduricalhos e afins. ´´Quanto menos objetos o quarto tiver, mais fácil será tirar o pó e manter tudo limpo`´, diz a pediatra Claudia Regina Brandalize, também da capital paranaense.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Berço bem asseado

Nos primeiros meses de vida, é ali que o bebê vai passar grande parte do tempo. Dessa forma, a higiene do berço requer cuidados especiais. Para começo de conversa, ele dever ser limpo diariamente. Alguns modelos contam com protetores almofadados, que muitos pais se esquecem de assear. Fica o lembrete. Quanto menos objetos dentro do berço, melhor, aconselha a pediatra Carolina Ignez Maier Guedes, voluntária do Hospital das Clínicas de Curitiba. A medida evita o acúmulo de pó, que é um gatilho para as alergias.

Não brinque com a higiene dos brinquedos

Não adianta limpar o quarto, o berço e o chão e deixar de lado os brinquedos. Isso porque eles muitas vezes vão parar direto na boca das crianças, facilitando o contágio de microorganismos. Na hora de comprá-los, os pais deveriam priorizar os que podem ser higienizados, diz o pediatra Gastão Pereira Cordeiro Ferreira, do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba. Veja como manter esses objetos livres de sujeira:
• Limpe os bichinhos de plástico com um pano umedecido com vinagre pelo menos uma vez por semana.
• Brinquedos que não podem ser lavados nem limpos, como os de pelúcia, devem ser envolvidos com celofane pelo menos nas primeiras semanas. Assim, evita-se o acúmulo de pó, um desencadeante de alergias. 

Afaste a bronquiolite

Altamente contagioso, o vírus da bronquiolite acomete adultos e crianças. “Evitar o contato com pessoas gripadas é uma boa idéia”, diz o pneumologista e pediatra Paulo Kussek, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. A professora Sandra Vieira, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, frisa que os recém-nascidos não devem pular de colo em colo. Não que as visitas sejam proibidas, mas é melhor que o bebê seja paparicado a distância, isto é, no berço, a salvo do contato com secreções de gente contaminada.
A prevenção do problema também pode ser feita com anticorpos produzidos em laboratório. “Mas isso apenas em casos especiais, como bebês com insuficiência cardíaca ou respiratória e portadores de doenças que levam a uma baixa no sistema imunológico”, diz Sandra. E a vacina? “Só daqui a uns dez anos”, estima José Dirceu Ribeiro, presidente do departamento de pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor da Universidade Estadual de Campinas. Pesquisadores de diversos países trabalham duro nesse projeto, mas, a julgar pelos obstáculos que têm encontrado pela frente, parece que o VSR está dando um baile.
Se o seu filho acabou contaminado, sossegue. “Boa parte dos casos se resolve em casa”, garante o pediatra Cid Pinheiro, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Em geral, inalações com soro fisiológico ajudam a desprender o muco e liberam o fluxo de ar. Além disso, água e leite materno afastam a desidratação — sim, ela se manifesta no inverno e piora bastante o quadro. Nos episódios graves, doses de oxigênio — leia-se internação hospitalar — podem trazer alívio e rápida recuperação.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Proteção garantida

Depois dos seis meses de idade, é fundamental passar protetor solar na criança. “Escolha um produto hipoalergênico, infantil e com fator de proteção maior ou igual a 20”, ensina a pediatra Andréa Makssoudian, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Passe o produto a cada duas horas. “Fique atento se a criança está transpirando ou se permanece muito tempo na água. Nesses casos, repita a aplicação quantas vezes for necessário”, recomenda. Na dúvida, é melhor pecar pelo excesso. O produto deve ser espalhado em todas as áreas do corpo que estiverem expostas ao sol.

Lenços umedecidos: quando usar?

Não há como negar que eles dão uma ajuda e tanto. Práticos e fáceis de carregar, os lenços umedecidos facilitam a limpeza entre uma troca de fralda e outra, especialmente quando você está fora de casa, em um local público. Porém, use-os exclusivamente nessas ocasiões. “Em excesso, o perfume e os ingredientes do produto podem irritar a pele da criança”, avisa o pediatra Antônio Carlos Madeira, do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio de Janeiro. No dia-a-dia, substitua-os por um algodão umedecido com água morna ou lave a região com um pouco de sabonete neutro ou infantil.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O passo-a-passo do primeiro banho em casa

Toalha, sabonete neutro glicerinado, fralda, pomada contra assaduras, algodão, álcool 70% para o curativo do coto umbilical e a roupinha. Esses são os itens que os pais precisam ter à disposição na hora de dar o primeiro banho no bebê em casa. No entanto, para evitar acidentes, é essencial conferir se está tudo à mão. “Essa dica é importante porque não se deve perder a atenção na criança nem por um segundo”, explica a pediatra Carolina Ignez Maier Guedes, voluntária do Hospital das Clínicas de Curitiba. “Imprevistos acontecem na maioria das vezes por breves descuidos.” Organize todo o material e coloque-o próximo à banheira, que deve ser de uso exclusivo da criança.
O local escolhido para banhar o pequeno não deve ter correntes de ar. Além disso, é importante não sair com ele para ambientes externos logo após o banho a fim de evitar choques térmicos.

A temperatura da água

A água para o banho do bebê deve estar morna, entre 34 e 38 ºC. “Para checar a temperatura da água, basta o pai ou a mãe experimentá-la e verificar se está agradável”, ensina o pediatra Vitor Costa Palazzo, do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba. O melhor horário para dar o banho é entre as 12 e 15 horas, principalmente em lugares mais frios.

Lavando a roupa de cama do bebê

Cobertores, cobertas, lençóis. Esses itens do enxoval do berço do bebê merecem atenção quando se fala em higiene. “Se os cobertores forem de lã, use capas de tecido sobre eles”, aconselha a pediatra Carolina Ignez Maier Guedes, voluntária do Hospital das Clínicas de Curitiba. “Isso facilita muito as lavagens e previne alergias.” Por falar em lavagem, evite amaciantes – eles também favorecem a ocorrência de reações alérgicas. Assim, lave lençóis, cobertas, capas, enfim, tudo que for utilizado pelo bebê com sabão de coco ou neutro.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Remédios e alergias de pele

A reação alérgica a medicamentos pode se manifestar na forma de erupções na pele. Elas causam muita coceira ou lesões semelhantes às provocadas pela urticária. Em casos mais graves, a alergia pode culminar em um choque anafilático e levar o paciente à morte. Por isso, sempre que um sintoma coincidir com o início de um tratamento, procure imediatamente um alergologista. Vale lembrar que simples antiinflamatórios e remédios como o ácido acetilsalicílico são capazes de desencadear uma alergia. Dessa forma, nunca medique seu pequeno sem a orientação médica.

Os bichos que provocam assaduras

Monilíase. Dermatite das fraldas. Ou simplesmente assadura. Essa doença é provocada pelo fungo monília, que se prolifera facilmente na região em que se colocam fraldas – um ambiente propício devido à umidade, ao abafamento e à presença de fezes e urina. A doença acomete, principalmente, os bebês de até 1 ano de idade. “O principal sintoma é a pele avermelhada, com ou sem pontos esbranquiçados”, afirma o pediatra Antônio Carlos Madeira, do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio de Janeiro.
A candidíase é outra doença de pele popularmente conhecida como assadura ou dermatite das fraldas. Causada por um fungo chamado cândida, ela apresenta os mesmos sintomas que a monolíase – pele avermelhada, com ou sem pontos esbranquiçados – e também acomete os bebês de até 1 ano de idade. Valem os mesmos cuidados de prevenção.

domingo, 18 de setembro de 2011

Você sabia que os bebês também escolhem entre o que é bom e o que é ruim?

Eles são sempre uma gracinha. Mamam, dormem e com um simples espreguiçar já encantam a gente. Porém, entre uma troca de fraldas e uma soneca, cientistas descobriram que crianças bem pequenas, com apenas seis meses de idade, têm, além da fofura, alguma capacidade de julgamento.
Eles confirmaram a existência dessa capacidade de julgamento – ou inteligência social, como preferem chamar – após pesquisa envolvendo 12 bebês com seis meses de idade e 16 bebês com dez meses. O estudo foi mais ou menos assim...
Primeiro, as crianças assistiram a uma animação com três personagens diferentes. No desenho, um dos personagens tentava subir em um lugar alto, parecido com uma colina, quando outro personagem entrava em cena e o ajudava, empurrando-o para colina acima. Então , o terceiro personagem entrava em cena para atrapalhar e empurrava o personagem que precisava subir colina abaixo.
O terceiro personagem era malvado? Muita gente diria que sim e deve ter sido isso que os bebês também acharam. Por quê? Você já vai saber!
Depois de assistirem à animação várias vezes, os cientistas mostraram aos bebês dois bonecos de madeira, um parecido com o personagem que entrou em cena para ajudar e outro parecido com o que atrapalhava. O resultado foi que todos os bebês de seis meses e mais 14 dos 16 bebês de dez meses que participaram da pesquisa escolheram o boneco do personagem “bonzinho”.
Essa pesquisa foi realizada na Universidade de Yale, que fica nos Estados Unidos. O resultado pode indicar que os humanos realizam avaliações sociais muito antes do que se pensava, e que a capacidade de avaliar as pessoas com base em suas ações e, sociedade é universal e não depende de aprendizado.
Quando você exagerar nos mimos a um bebê, nem queira saber o que ele pode estar pensando de você!

sábado, 17 de setembro de 2011

Medos infantis

Parece haver competição entre a mídia para ver quem dará a notícia mais tenebrosa e em primeira mão. Com isso, a criança fica totalmente exposta às cenas mais chocantes, sentindo-se indefesa e fragilizada, principalmente quando percebe o terror estampado na face dos adultos e em seus comentários.
Para a criança, a descoberta do mundo traz muitas incertezas e ameaças. Tudo é muito novo e, portanto, desconhecido. Por este motivo, necessita tanto do acolhimento dos pais, com compreensão e amor nos momentos de angústia e de medo.
Os temores surgem desde o nascimento e vão mudando durante a evolução infantil, porque a criança vai agir de acordo com as vivências passadas, boas e más. Sendo assim, começam quando o bebê não se sente bem amparado no colo, ao ouvir ruídos altos e repentinos.
Entre sete e doze meses, o bebê pode sentir medo ao se deparar com estranhos ou em situações e coisas que não lhe são familiares.
Entre dois e três anos, o medo de animais, lugares escuros, separação dos pais, estímulos intensos como sirenes, trovões, bem como, máscaras e fantasias muito coloridas, como de palhaços e papai noel, que não fazem parte do seu dia a dia.
Interessante ressaltar que é mais comum o medo do escuro ocorrer após os três anos e quanto mais idade mais se acentua, fazendo com que a criança se perceba mais vulnerável e menos confiante para enfrentá-lo.
Sem serem superprotetores, os pais podem e devem ajudar seu filho a superar seus medos, incentivando-o a expressar seus sentimentos, demonstrando confiança em que conseguirá força e coragem  para isso. Vale ressaltar que, para o sucesso do empreendimento, os pais também precisam lidar com seus próprios medos e controlá-los.
Não se pode ignorar que o medo exagerado provoca infelicidade e sofrimento, atrapalha o desenvolvimento emocional da criança e tampouco tentar evitar que ela se depare com o objeto temido. Gradualmente, pode-se aproximá-la dele, respeitando sempre o limite imposto por ela, sem trauma, e preferencialmente tentar quando outra criança de idade equivalente estiver perto do objeto, sem demonstrar medo.
Não se pode esquecer que o medo também é benéfico, uma vez que nos afasta do perigo real. Mas a criança pequena, entre dois e três anos, vive num mundo todo seu, mágico, onde tudo é possível e onde não consegue discernir a realidade da fantasia. Desta forma, os pais devem estar sempre alertas para evitar que se machuquem, porque a curiosidade própria da idade vai fazê-la se envolver em situações mais arriscadas.
Muitos medos vão se perder pelo caminho com o passar do tempo e com a maturidade. Conforme a criança se acostuma e passa a confiar no ambiente que a cerca, vai se sentindo mais capaz, com mais recursos internos para superar certos temores.
Se os eventos que a traumatizaram permanecerem num passado cada vez mais distante, ou seja, se não se repetirem, o medo poderá enfraquecer aos poucos. Mas não é tão simples assim. O sucesso depende do tipo de personalidade da criança, dos pais, do ambiente em que ela vive também.
Muitos pais evitam contar histórias para seus filhos, pois creem que as bruxas, os monstros, irão intensificar os medos infantis.
Enganam-se, uma vez que os contos de fadas oferecem à criança alternativas para lidarem com seus temores, pois as fadas e os príncipes sempre aparecem  para destruir o mal.
Para que a criança se fortaleça e se sinta menos impotente e vulnerável, é preciso que os pais incentivem-na a transpor obstáculos em geral, elogiando e valorizando cada conquista sua.
Mas lembrem-se: sem cobranças, sem apressar o desenvolvimento natural, sem antes a criança sinalizar que está preparada para o sucesso e, principalmente, para o fracasso momentâneo.

Gestações Múltiplas: Quais as chances dela ocorrer?

Há quem ache lindo bebês gêmeos, mas também há quem fique arrepiado só de pensar em ganhar dois ou três bebês de uma vez. O fato é que, na grande maioria dos casos, essa não é uma decisão da mãe nem do pai. Então, saiba quais são as chances de ter uma gravidez múltipla.
A gestação múltipla envolve o desenvolvimento de dois ou mais fetos na cavidade uterina, diferente da gestação simples, onde há apenas um feto em desenvolvimento. O portal Guia do Bebê conversou sobre o assunto com o Dr. Marcello Valle, médico especializado em Reprodução Humana da clínica Origen, no Rio de Janeiro.
Segundo o especialista, há uma grande diferença entre as chances de uma gravidez múltipla por hereditariedade e por fertilizações. “A incidência natural de gravidez múltipla é 1/90 das gestações, e mais freqüente na raça negra. Com a utilização das técnicas de reprodução assistida esta incidência de gestações múltiplas correspondendo a 3,2% das gestações”, afirma.
Os números são incríveis e não há como negar a relação entre o crescimento de casos de gêmeos e trigêmeos com o uso de técnicas de reproduções humanas. Desde o primeiro bebe de proveta as gestações múltiplas aumentaram cerca de 70%.
Hoje, existem diversas técnicas e tratamentos para a infertilidade, como reposição hormonal, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV). O Dr. Marcelo explica que quando se utiliza uma técnica em reprodução as chances de ser uma gestação múltipla é em torno de 15%, principalmente a gemelar. Quando se usa medicamentos para a indução, desde que bem orientados, a incidência fica próximo aos casos de FIV.
A principal complicação da gestação múltipla é a prematuridade e o baixo peso dos bebês. E para a gestante, existe um maior risco de aumento da pressão arterial, diabetes, anemia e gestação pós-parto.
Numa tentativa de diminuir a incidência de gestações múltiplas, atualmente a ANVISA restringe os números de embriões a serem transferidos na técnica de fertilização em vitro conforme a idade da mulher. Mulheres com até 35 anos podem receber dois embriões, de 36 a 40 anos, três embriões, e acima dos 40 anos, quatro embriões, no máximo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Os óculos dos pequenos

Certas crianças sonham em usar óculos, mas não precisam. Outras, ao contrário, precisam, mas não gostam nada, nada de sair por aí com eles no rosto. Seu filho se encaixa neste último caso? Relaxe. "Quando a garotada passa a enxergar melhor, deixa de se preocupar se usar óculos é feio ou bonito", tranqüiliza o oftalmologista Leôncio Queiroz. "Na hora de escolher o modelo, leve em conta a opinião do seu filho", recomenda o médico. Ele tem que achar a armação confortável e observar se os aros, principalmente, se ajustam bem às orelhas. Ah, dê preferência às lentes de policarbonato, mais leves e resistentes a choques.

Bebê de óculos?!

É raro, mas crianças menores de 3 anos às vezes têm que usá-los. "No caso dos prematuros, 20% deles necessitam corrigir distúrbios visuais ainda na primeira infância", revela a oftalmologista Rosa Maria Graziano. Já a síndrome de Down leva à miopia, outro problema que requer correção. O mesmo acontece no pós-operatório da catarata congênita. "É que nem sempre a substituição do cristalino por uma lente intra-ocular é imediata", justifica Célia Nakanami.

Doenças dos olhos que devem ser flagradas no berço

Catarata: o bebê nasce com o cristalino opaco por causas genéticas ou doenças contraídas durante a gestação. Essa lente, retirada cirurgicamente, é substituída em até dois anos.

Glaucoma: trata-se do aumento da pressão intra-ocular, que pode destruir o nervo óptico. Os sintomas são lacrimejamento ou aversão à luminosidade. A correção também é cirúrgica e exige acompanhamento.

Retinoblastoma: o tumor, que se forma nas células da retina, deve ser extraído com urgência. Além de causar cegueira, pode ser fatal. O principal sinal é um reflexo esbranquiçado na região da pupila.

Retinopatia da prematuridade: problemas com a formação do globo ocular levam ao descolamento da retina, e, em conseqüência, à cegueira. O tratamento convencional é a laser.

Obstrução do canal lacrimal: o ducto por onde a lágrima escorre é bloqueado por uma membrana. O tratamento geralmente consiste em massagens, mas, em casos extremos, só mesmo a cirurgia resolve.

Ptose: atinge uma pálpebra, ou as duas. Elas se fecham, tapando a visão do bebê, o que pode levar à ambliopia. Mais um caso para operação.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Como tratar o sapinho?

Antes de mais nada, procure um pediatra. Esse especialista é quem vai indicar os antifúngicos apropriados. Vale frisar que o tratamento pode ser demorado, arrastando-se por alguns meses. Também é fundamental que não se raspe, cutuque ou mexa-se na área infectada, o que só agrava o problema.
As lactantes devem prestar atenção a qualquer tipo de ardor na região do bico do seio. Isso porque o bebê pode transmitir a doença para a mãe. Não são raros os casos em que a criança é tratada, mas volta a ter a monilíase. Pudera. O seio materno continua infectado.

Como evitar o sapinho?

É importante estar sempre atento à higienização de tudo o que vai à boca do bebê. Além disso, arejar áreas cobertas pela fralda também ajuda no combate à formação de ambientes amistosos ao fungo. "Fraldas úmidas devem ser trocadas o quanto antes", aconselha Roberto Tozze, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Em que idade o sapinho ataca com mais freqüência?

Enquanto a criança se valer de mamadeiras, chupetas e fraldas, há o risco da infecção aparecer. Mas os bebês nos primeiros meses de vida estão mais sujeitos pelo fato de ainda não terem o sistema imunológico totalmente desenvolvido. Além disso, os pequenos têm o hábito de botar tudo o que vêem pela frente na boca, um comportamento de risco quando o assunto é sapinho.

O que causa sapinho?

Nosso organismo hospeda uma série de fungos e bactérias que, em condições normais, vive em harmonia com esses bichos. Por algum motivo, seja por estresse ou baixa resistência, eles podem se multiplicar e deflagrar um problema. "No caso do sapinho, a candida albicans se aproveita de uma situação de prejuízo imunológico", afirma Maria Aurora Brandão. Como esse fungo gosta de lugares úmidos, ele costuma dar as caras em bicos de mamadeira ou chupetas não higienizados corretamente e até mesmo fraldas - a pouca ventilação cria um ambiente propício para a proliferação do microorganismo.

O que é sapinho?

O nome científico do sapinho é monilíase. Trata-se de uma infecção causada por um fungo chamado candida albicans, o mesmo da candidíase. Ela pode aparecer na boca - língua, gengivas, parte interna das bochechas e até nos lábios - ou na região perineal, a área que é coberta pela fralda. "O aspecto do sapinho é o de um restinho de leite que não sai", afirma Maria Aurora Brandão, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. No períneo, ele costuma se manifestar na forma de bolinhas avermelhadas. Elas normalmente não geram incômodo, mas, em casos mais graves, podem causar dor, irritação e coceira.

O popular sapinho

Algumas noções básicas de higiene geralmente são capazes de manter seu bebê longe dessa infecção provocada por fungos. Existem casos, no entanto, em que o problema surge devido a uma queda nas defesas do pequeno. As mães, principalmente as que estão amamentando, devem ficar atentas. Isso porque elas também estão sob risco de contaminação. Veja abaixo como barrar esse problema.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Como é o tratamento contra as brotoejas?

As medidas que previnem o problema também são válidas para tratá-lo. As brotoejas vão regredindo naturalmente, conforme a pele volte a respirar. Um procedimento comum para aliviar a coceira é colocar um pouco de maisena na água do banho. “A maisena produz mais efeitos quando se prepara um mingau com ela antes de jogar na banheira”, ensina Francisco Frederico Neto. Para isso, misture um pouco dessa farinha num copo de água. Quando for secar o bebê, evite raspar sua pele. Procure usar toalhas macias e abuse da delicadeza.
Se o quadro piorar, não apele para remédios, sprays e talcos — em excesso, esses produtos podem obstruir ainda mais as glândulas de suor. Assim, o mais aconselhável é buscar a orientação de um especialista.

Como prevenir as brotoejas?

Alguns cuidados básicos têm resultados bem satisfatórios. Manter o quarto do bebê sempre arejado, fugir de roupas sintéticas, evitar exposição excessiva ao sol, refrescar a criança no calor e não agasalhá-la em excesso no frio são as principais medidas. “É importante que a mãe se mantenha atenta para que a temperatura do bebê esteja afinada com a do ambiente”, aconselha Ana Maria Escobar, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. Fora isso, doces e alimentos gordurosos aumentam a temperatura do corpo e podem estimular a produção de suor. Mas alto lá: eles não devem mesmo fazer parte do cardápio de uma criança pequena.

Por que as brotoejas aparecem com freqüência em bebês e crianças pequenas?

“Os bebês são mais rechonchudos”, diz o pediatra Francisco Frederico Neto, do Ambulatório de Pediatria Social do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. E as dobras facilitam o acúmulo de suor, o que favorece a ocorrência das brotoejas. Elas atacam principalmente até o sexto mês de vida, mas não são raras em todo o primeiro ano, fase em que a pele ainda é muito sensível.

O que são brotoejas?

A denominação científica da brotoeja é miliária. Trata-se de bolinhas que pipocam na pele, especialmente no pescoço, tronco, ombros e rosto — embora possam surgir no corpo todo. O uso excessivo de roupas é o principal gatilho do incômodo nas crianças. As brotoejas vêm à tona porque as glândulas sudoríparas, as responsáveis por produzir o suor, ficam sufocadas. A febre e o sol também têm culpa no cartório.

Brotoejas

Para começo de conversa, o nome é muito feio. Brotoejas. E o efeito que elas deixam na pele dos bebês é o suficiente para preocupar qualquer mãe. Mas a verdade é que essas bolinhas rosadas que coçam são quase sempre algo bem simples de tratar. E mais: servem de alerta para repensar se os cuidados com as crianças estão adequados.
A palavra de ordem para evitar e combater o problema é arejar: nada de empacotar o pequeno com agasalhos e afins. Em geral, cuidados básicos dão conta dessas erupções cutâneas – salvo os casos de irritação extrema ou até infecção, quando uma pequena camada de pus se forma na bolinha. Se elas persistirem, aí, sim, é hora de procurar um dermatologista.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sensíveis ao leite de vaca



Você já deve ter ouvido falar que o leite de vaca não é recomendado para bebês com menos de 1 ano. Pois saiba que a orientação tem fundamento científico. O companheiro nosso de cada manhã não contém nutrientes em quantidades adequadas para o desenvolvimento dos pequenos nessa idade – o nível de ferro, por exemplo, é muito baixo e o de sódio, que contribui para a sobrecarga dos rins, é alto demais. Mas esse não é o principal problema. Hoje, 5% das crianças brasileiras possuem algum tipo de alergia alimentar. E o grande protagonista dos ataques alérgicos na garotada é ele mesmo: o leite de vaca.
“No primeiro ano de vida, nosso sistema gastrintestinal ainda não está maduro”, explica Ary Lopes Cardoso, chefe da unidade de nutrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas paulistano. Quando o leite de vaca entra no menu muito cedo, o organismo da criança absorve proteínas que podem ser encaradas como intrusas pelos anticorpos. Aí, os sintomas de que algo não vai bem surgem em diferentes cantos do corpo – principalmente na pele, nos pulmões e no intestino.
O bebê pode apresentar diarréia, constipação, vômitos, asma, rinite, chiado no peito, manchas avermelhadas, urticária e, em casos mais sérios, anafilaxia (uma reação sistêmica que vem acompanhada de falta de ar). Por que o leite? “Ora, ele é um dos primeiros alimentos a serem introduzidos na dieta da criança”, justifica o pediatra e alergista Wilson Rocha Filho, coordenador do Núcleo Allos, um centro de referência no tratamento de alergia alimentar e anafilaxia de Belo Horizonte. Além disso, a bebida contém 25 proteínas com potencial para induzir reações do sistema imune.
Diagnosticar o problema é que costuma ser complicado. “Há muita confusão, já que os sintomas são parecidos com os de outras doenças, como a intolerância à lactose”, afirma Wilson. “Por isso, uma análise da história clínica detalhada da criança é a melhor forma de diagnóstico”, complementa. Quando os pais são alérgicos, o cuidado deve ser redobrado – o risco de desenvolver o mal chega a 80%.
“Se houver a suspeita de alergia, o pediatra pode prescrever uma dieta de exclusão para tirar a dúvida”, diz Roseli Sarni, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ou seja, o leite e companhia ficam de fora da mesa por cerca de duas a oito semanas. Os especialistas também adotam esse procedimento no exame que confirma se o pequeno rejeita a proteína do leite de vaca. Trata-se do teste de provocação, ou desencadeamento. Logo após o término da dieta de exclusão, a criança consome o alimento que poderia estar por trás da alergia e fica sob observação.
Para o alívio da criançada – e dos pais –, essa é uma doença autolimitada. Em bom português, ela tem cura e não costuma ser persistente. Roseli Sarni dá uma boa notícia: “Em 85% dos casos, o problema é resolvido antes dos 3 anos de idade”.

Refluxo em bebês

Durante a digestão, os alimentos seguem uma direção única. Há casos, no entanto, em que ocorre um desvio de rota, o que provoca o desconforto conhecido como refluxo. Os bebês, que se alimentam basicamente de líquidos, costumam ser as principais vítimas. O leite embarca numa viagem maluca, de lá pra cá, de cá pra lá - mais precisamente do esôfago para o estômago e do estômago para o esôfago. Já os sólidos não voltam na contramão com tanta facilidade. O resultado dessa contravenção digestiva é a azia, provocada pela acidez do estômago e também do esôfago. Em alguns casos, o refluxo fisiológico acontece sem o regurgito e pode até ser confundido com cólica.
A principal causa de todo esse transtorno é a pouca idade. Como um profissional ainda sem experiência e habilidade para desenvolver suas tarefas, o ainda imaturo esfíncter inferior do esôfago - uma espécie de válvula entre esse órgão e o estômago - não consegue impedir com tanta eficiência que o alimento faça o percurso inverso. Os movimentos de contração que empurram a comida - no caso, o leite - para o caminho certo também não são lá tão eficazes.
"É uma situação própria da idade", esclarece a pediatra Yu Kar Ling Koda, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Quanto mais novo o bebê, maior o risco de refluxo." A solução vem mesmo com o tempo. "Geralmente o problema diminui a partir dos 6 meses e acaba por volta de 1 ano", conta o pediatra Mauro Toporovski, da Sociedade Paulista de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição. Isso porque o sistema digestivo passa a funcionar com mais competência.
Para diagnosticar o refluxo, nada melhor que o próprio relato da mãe. Mas também existem exames, como a radiografia contrastada, que verificam se o distúrbio tem origem em algum problema anatômico. Um outro, chamado PHmetria, detecta a acidez do esôfago com uma espécie de sonda introduzida pelo nariz. Para tratar o refluxo, medidas práticas podem ser úteis. Há casos, porém, em que é preciso entrar com medicamentos. Os procinéticos, por exemplo, aceleram o peristaltismo (movimento de expansão e contração do esfíncter inferior), enquanto os antiácidos neutralizam a secreção de sucos digestivos no estômago.

Mel: proibido para menores de 1 ano

O alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, é baseado em estudos que mostram a presença de bactérias causadoras do botulismo intestinal em amostras de mel. O botulismo é uma intoxicação alimentar que atinge o sistema nervoso e pode causar tremores, dificuldade de deglutição, moleza no corpo e falta de apetite. Em casos mais graves, há o risco de insuficiência respiratória e de complicações neurológicas. De acordo com o Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica , a doença é responsável por 5% das mortes súbitas em crianças menores de 1 ano de idade.
Segundo o pediatra Moisés Chencinski, de São Paulo, isso acontece porque o sistema gastrintestinal da criança ainda não está totalmente desenvolvido. Já a garotada mais velha, assim como os adultos, elimina o bacilo Clostridium botulinium , o responsável pelo problema, sem dificuldade. Por isso, não corre o risco de sofrer intoxicação.
Quem já deu mel ao filho não precisa se desesperar. "O período de incubação da bactéria varia entre 12 e 36 horas – até, no máximo, alguns dias", explica o pediatra. Depois do vencimento desse prazo, a criança não está mais sujeita aos perigos do botulismo. Se a ingestão tiver sido recente, os pais devem ficar atentos a sintomas como vômitos, diarréia, fraqueza e dificuldade para engolir. Em caso de dúvida, o ideal é procurar um médico.
Vale lembrar que o bacilo causador desse tipo de intoxicação pode ser encontrado tanto no mel artesanal como no industrializado. Às vezes, o micróbio também contamina conservas de vegetais, produtos enlatados, embutidos de forma artesanal, queijos e, raramente, outros alimentos industrializados.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O que fazer para ajudar a criança a largar o hábito na idade recomendada?

Os especialistas são unânimes: é importante tirá-la da vida da criança com o mínimo de traumas possível. Uma consulta a um odontopediatra pode ajudar bastante, uma vez que esse profissional irá orientar os pais sobre a maneira correta de agir. “A retirada deve ocorrer de uma forma gradativa. E é importante que a criança não veja isso como uma perda”, ressalta a psicóloga Lucia Marmulsztejn. Primeiramente, os pais devem procurar não deixar o acessório tão disponível quanto antes e ir avisando à criança que está chegando o dia de deixar de chupar chupeta. Deve-se usar e abusar da fantasia. Quem sabe a fadinha da chupeta não vem buscá-la à noite? A criança pode deixar o objeto sob o travesseiro e encontrar uma moeda como pagamento pela manhã. “O adulto pode sugerir presentear um irmãozinho, priminho ou um bebê querido que está chegando com a chupeta, assim a criança verá alguma utilidade na sua ação. Ou também propor à criança a troca do acessório por algo mais adequado à idade dela”, orienta Lucia.

Dá para usar o prendedor sem medo?

É certo que o cordãozinho preso à roupa do bebê é uma mão na roda para evitar que a chupeta caia toda hora no chão. Mas, apesar de muito prático, o prendedor não é recomendável – por vários motivos. O principal deles é que ele próprio acaba se tornando um foco de fungos e bactérias. Além disso, a chupeta pendurada esbarra o tempo todo em tudo, ficando mais e mais contaminada. E há ainda uma razão mais séria para desistir do prendedor: ele pode eventualmente se enrolar no pescocinho do bebê e causar asfixia. Assim, é melhor ter uma boa reserva de chupetas para trocar quando a que está sendo usada cair no chão.

É necessário ferver a chupeta todos os dias?

Ela deve ser higienizada diariamente, de acordo com as orientações do fabricante. Isso porque o acessório pode se tornar um foco de microorganismos que transmitem estomatites e outras doenças. Geralmente, a fervura é o método mais recomendado. Segundo o pediatra Salgado Junior, se a chupeta cair no chão, não adianta apenas passar uma água. Para evitar a proliferação de micróbios, os cuidados com a higiene devem ser rígidos. “A substituição da chupeta deve ser freqüente, e ela deve ser fervida todos os dias”, recomenda o médico.

sábado, 10 de setembro de 2011

De quanto em quanto tempo é preciso trocar a chupeta?

Sempre que o material estiver danificado de alguma maneira, seja gasto, rachado ou rasgado. Para tanto, é importante examinar com freqüência e atenção a chupeta. Na dúvida sobre o bom estado do acessório, opte pela troca: é mais seguro.

Quais são os tamanhos, formatos de bico e materiais mais indicados?

Para cada faixa etária, há um tamanho de bico recomendado. Ler as especificações na embalagem antes de comprar garante que a mamãe leve o modelo adequado à idade do seu bebê. Quanto ao formato do bico, a preferência deve ser sempre pelos ortodônticos, menos prejudiciais aos dentes. E sobre seu material, vale a pena pagar um pouco mais pela chupeta feita de silicone, já que o látex favorece um maior acúmulo de bactérias. Importante também escolher chupetas cuja parte que fica fora da boca seja anatômica e com algumas características especiais. “O suporte de sustentação do bico deve ser amplo, o que diminui o risco de ingestão, e vazado, para prevenir uma eventual asfixia e minimizar as dermatites de contato, causadas pela saliva retida entre o acessório e a pele”, avisa o pediatra Wilson Salgado Junior.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Em que momentos deve-se oferecer a chupeta ao bebê?

Não há mãe que não se pergunte se está cometendo um pecado mortal ao deixar o filho agarrado à chupeta todas as vezes que chora ou está com sono. E se estiver de dia? E depois que ele dorme, deve-se deixar ou não a chupeta na boca? Vamos aos esclarecimentos. Chupeta tem o seu lado bom porque satisfaz necessidades de sucção e afetivas da criança, mas também pode se tornar nefasta se o pequeno se apegar a ela a ponto de não querer abandoná-la quando estiver crescido. Sendo assim, o ideal é ter bom senso. “Recomenda-se que a chupeta não seja disponibilizada o tempo todo. É importante ficar atento à demanda da criança, sem oferecê-la a menos que o pequeno solicite, em momentos de sono ou de tensão emocional, exatamente para atender às necessidades de consolo, aconchego e acalento”, orienta a odontopediatra Maria de Lourdes. Para ela, tão logo a necessidade seja saciada, a chupeta deve ser removida. Se a criança estiver dormindo e não apresentar resistência, é preciso retirar o acessório da boca. Caso esteja acordada e tenha chorado, o certo é distraí-la após o berreiro e guardar o objeto, tirando-o do seu campo de visão.

O que é melhor: chupar chupeta ou o dedo?

Quem responde é a psicopedagoga Márcia Figueiredo: “Sobre qual dos dois temos maior controle? A chupeta, certo? Não há como limitar o acesso ao dedo, o que acaba aumentando o hábito de sucção. A chupeta, por outro lado, pode e deve ser limitada desde cedo”. Portanto, entre o acessório e o dedinho, melhor ficar com o primeiro.

Chupeta prejudica a fala?

Que fique claro: nem toda criança que usa chupeta obrigatoriamente terá problemas para articular as palavras. E nem todos que desenvolvem esse tipo de distúrbio podem culpar a chupeta. Porém, quando esse recurso se torna freqüente, ele pode alterar a mordida – aí, sim, existe a possibilidade de a fala ser prejudicada. Além disso, nessa fase em que a criança está aumentando sua comunicação verbal, é bom deixar o caminho livre para ela se expressar. “A chupeta, quando usada o tempo todo, vira uma rolha, impedindo-a de falar”, lembra a fonoaudióloga Jacy Perissinoto, da Universidade Federal de São Paulo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Que tipos de problema a chupeta pode causar para a criança?

Se o acessório continuar a ser usado após a idade limite recomendada, pode provocar mudança na posição dos dentes e das arcadas dentárias. Além do problema estético, ocorrem dificuldades como alterações de mordida. Na opinião de Wilson Salgado Junior, pediatra do Prontobaby Hospital da Criança, no Rio de Janeiro, a retirada precoce da chupeta é fundamental para evitar inúmeros malefícios, como prejuízos na mastigação, na deglutição e até mesmo na fala. “O uso da chupeta afeta, ainda, a função respiratória, ocasionando, por vezes, respiração bucal com roncos e fadiga, que causam distúrbios de atenção e dificuldades no aprendizado”, diz o especialista. “Pesquisas científicas mostram também que a chupeta facilita a migração de bactérias das secreções nasais para o ouvido médio, levando ao risco de otite média aguda”, conclui o pediatra.

Até que idade é aceitável que a criança use chupeta?

“A Associação Brasileira de Odontopediatria e o Ministério da Saúde recomendam que a idade de 3 anos seja a época limite para a eliminação do uso de chupeta. Entretanto, reconhecem que o ideal seria remover gradualmente esse hábito até os 2 anos”, esclarece a odontopediatra Maria de Lourdes. Quanto mais cedo a chupeta for banida, maiores as chances de auto-correção de possíveis desarmonias nas arcadas dentárias devido ao uso do acessório. Vários especialistas concordam que o adeus ao biquinho deve ocorrer nessa idade, que coincide com o fim da fase oral. “Espera-se que a partir de 2 e meio, 3 anos, a criança, que já está envolvida em atividades diversas, comece a se desligar do hábito de chupar chupeta, porque tem outros interesses”.

Sugar a chupeta, então, tem a ver com a chamada fase oral?

Sim, totalmente. “A criança de zero a 2 anos tem uma necessidade inata de sugar. Por isso, a chupeta acalma e transmite prazer – é o que chamamos de fase oral, época em que a criança se apropria do mundo pela boca”, esclarece Márcia Figueiredo, psicóloga e psicopedagoga do Centro Educacional Miraflores, no Rio de Janeiro. A boca é o canal de comunicação da criança com o exterior. Nessa fase, ela literalmente experimenta tudo o que existe. Ela sabe que o seio da mãe é fonte de alimento e afeto. A chupeta é um objeto que imita o bico do seio, por isso também consegue acalmar os pequeninos. “A chupeta funciona como um conforto emocional para aquele bebê que está com toda a energia de desenvolvimento voltada para a região oral. A chupeta não é vilã. Ela age como um carinho à criança, já que a mãe não pode dar o peito 24 horas por dia”, justifica Lucia Marmulsztejn, psicóloga do setor de psiquiatria infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

Por que a chupeta acalma?

O ato de sugá-la é um mecanismo associado à necessidade de satisfação afetiva e de segurança, que desperta um sentimento no bebê semelhante ao que ocorre quando ele mama no peito da mãe. “O uso de chupetas, também chamado hábito de sucção não nutritiva, é normal e aceitável em bebês e crianças de tenra idade”, observa a especialista em ondontopediatria Maria de Lourdes Andrade Massara, que é consultora da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Algumas crianças satisfazem suas necessidades de sucção apenas com o aleitamento materno ou levando o dedo e outros objetos à boca. Já outras precisam da chupeta, principalmente em situações de tensão, como quando sentem as famosas cólicas de recém-nascido. Nesses momentos, o objeto funciona como um verdadeiro calmante.

Um banho na febre

A febre é sinal de que algo não vai bem. Assim, diante do perigo, o cérebro ordena a produção de substâncias que elevam a temperatura corporal para destruir intrusos como vírus e bactérias. “A vantagem do banho morno é a de abaixar a temperatura rapidamente”, afirma o pediatra João Guilherme Bezerra Alves, um dos autores do estudo.
O médico conta que foram avaliadas 120 crianças com idade média de 3 anos. “O uso exclusivo de antitérmicos é bastante eficaz, mas sua atuação demora cerca de 40 minutos”, diz ele. Segundo Alves, o ideal é usar a medicação aliada à imersão na água, que deve estar entre 30 e 32 graus. Esfregar delicadamente o corpinho do pequeno com uma esponja também colabora para dispersar o calor. Vale ressaltar que é importante comunicar ao pediatra os episódios febris e levar a criança direto ao consultório se ela for menor de 6 meses. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Icterícia neonatal

Muitos bebês, logo depois que nascem, ficam com um tom de pele amarelo-alaranjado que pode se estender também para as conjuntivas (o branco dos olhos) e outros tecidos do corpo. O nome desse quadro é icterícia neonatal, uma doença comum entre os recém-nascidos e que, se detectada e controlada, não apresenta maiores riscos
A neonatologista Alice Deutsch, coordenadora da Unidade Neonatal do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, explica que o problema acontece devido ao aumento no sangue do pigmento amarelo bilirrubina. Da mesma forma que outras substâncias, ele é produzido naturalmente pelo organismo como o resultado do rompimento das células vermelhas do sangue, que vivem por um curto período de tempo. “Assim que essas células morrem, a hemoglobina presente nelas se transforma em bilirrubina e é transportada para o fígado, no qual é metabolizada e em seguida excretada pelas fezes. Quando esse processo não ocorre adequadamente, o acúmulo de bilirrubina no sangue deixa a pele amarelada”, explica a médica.
O excesso do pigmento também pode ser decorrente da incompatibilidade de sangue entre mãe e filho. Nesses casos, exige maior atenção. Quando a mãe tem sangue Rh-, e o filho, Rh+, por exemplo, ocorre uma grande e, por vezes, rápida destruição dos glóbulos vermelhos. Esse aumento ultrapassa a capacidade hepática de depurar a bilirrubina, elevando sua concentração no sangue. Daí, o produto se esparrama pela pele e por outros tecidos e também pode atravessar a barreira entre o sangue e o sistema nervoso central.
Talvez ainda ocorra o excesso de produção de bilirrubina se o bebê nascer com hemoglobina demais (um componente dentro da célula sanguínea que se degrada e forma a bilirrubina), se sofrer algum trauma que gere a formação de hematomas pelo corpo ou se houver a demora na ligadura do cordão umbilical. Nessas situações, ocorre uma “limpeza” do hematoma (local em que ocorreu um sangramento com depósito de hemoglobina) com a consequente elevação de bilirrubina.
Nos recém-nascidos, tal aumento se deve também à imaturidade do fígado, que pode apresentar uma capacidade limitada para processar o pigmento. “Trata-se apenas de um processo evolutivo, de adaptação e que tem fácil tratamento”, afirma Clery Bernardi Gallacci, neonatologista da Maternidade Santa Joana, também de São Paulo.
Na maioria dos casos, aliás, a icterícia desaparece espontaneamente ou depois de mudanças na frequência da amamentação. Isso pode ocorrer quando o bebê mama poucas vezes ao dia, tendo maior dificuldade para excretar a bilirrubina pelas fezes. Mas nada de pânico. É uma situação transitória, que passa assim que a oferta de leite aumentar e o estabelecimento da lactação estiver pleno e bem-sucedido.

Uso de chupeta pelo bebê

Ora aliada dos pais contra o choro da criança, ora a vilã responsável pela interrupção no aleitamento materno. Assim, entre a cruz e a caldeira, a história da chupeta faz parte da vida das famílias há mais de três mil anos. Na semana passada, a divulgação de um estudo argentino no Brasil reacendeu a polêmica envolvendo o seu uso. A análise feita por cinco hospitais de Buenos Aires concluiu que o acessório não prejudica a amamentação - como alega a maioria dos pesquisadores -, desde que a sua introdução aconteça após 15 dias do nascimento do bebê
Segundo o trabalho, divulgado no Simpósio Internacional de Neonatologia, que aconteceu em São Paulo, de 12 a 14 de março, depois desse período a chupeta não interfere no aleitamento materno porque o vínculo entre mãe e bebê já está estabelecido. “Quinze dias foi o tempo que consideramos necessário para fortalecer a dinâmica da amamentação. E é isso que garante a duração do aleitamento materno”, ressalta um dos coordenadores do estudo Néstor Vain, diretor do Departamento de Pediatria e Neonatologia da Maternidad Palermo, Sanatório de la Trinidad, de Buenos Aires.
Partindo de uma amostra de 1.021 recém-nascidos não prematuros de dois hospitais públicos e três privados da capital argentina, a análise aconteceu entre novembro de 2005 e maio de 2007. As crianças foram divididas em dois grupos. Para metade delas, a chupeta estava liberada a partir do décimo quinto dia de vida e, para a outra metade, pediu-se que não fosse feito uso do acessório. O resultado foi idêntico: em ambos os grupos a mesma porcentagem de mães conseguiu garantir que seu bebê fosse alimentado exclusivamente por meio da amamentação.
O estudo contesta pesquisas anteriores realizadas em diversos países desde 1993 e que indicam a chupeta como uma das principais responsáveis pelo desmame precoce. “O movimento de sucção do leite é diferente daquele feito com a chupeta. E o formato dos bicos pode deixar a criança confusa. Por isso, ela tende a desistir daquele que exige mais força, ou seja, o do peito”, explica Débora Passos, pediatra neonatologista do Hospital Santa Joana, em São Paulo.

Chupeta liberada?
Na opinião da médica, é preciso cuidado na interpretação do trabalho. “Ele não é um aval para o uso do bico de plástico. Deve-se considerar que a amostragem não representa a maioria das mães”, diz. Participaram da pesquisa argentina apenas mulheres que desejavam amamentar por, no mínimo, três meses, possuíam todas as condições para fazê-lo – disponibilidade de tempo e informação adequada de como proceder diante das primeiras dificuldades, que costumam ser bastante comuns - e não tinham ainda uma opinião formada sobre o uso do acessório. “No dia a dia, sabemos que esse grupo representa uma minoria”, explica Débora.
Vain acredita que foi justamente o isolamento desse grupo o que permitiu aos pesquisadores levantar uma questão importante: “será a chupeta que reduz o tempo do aleitamento materno ou ela apenas indica as dificuldades da mãe para amamentar?”, relativiza.
Se o uso da chupeta está liberado? Para Vain, apenas em parte. “Se a mãe está amamentando normalmente não tem porque temer o acessório”, diz. Já Débora acredita que o uso deve ser restrito a casos especiais como em momentos de dor, para o bebê com dificuldades em pegar no sono ou pacientes neurológicos, situações em que o acessório pode ter efeito terapêutico principalmente contra a hiperatividade ou o choro contínuo. “Não podemos esquecer ainda dos outros malefícios da chupeta: alterações no paladar, na arcada dentária e até na fala”, lembra

Problemas de nascença

Mal chega ao berçário, o recém-nascido já é submetido ao primeiro teste oftalmológico da sua vida. Batizado de exame do reflexo vermelho, esse procedimento é capaz de identificar doenças oculares congênitas como o glaucoma e a catarata. Se a pupila do pequeno ficar avermelhada, como naquelas fotos tiradas com flash, não há nenhum problema à vista: isso é sinal de que não há obstáculos para os raios luminosos. “No Brasil, mais de 60% dessas doenças são detectados tardiamente”, lamenta a oftalmologista infantil Rosane Ferreira, de Porto Alegre. Conheça algumas desses males e veja como os especialistas procuram tratá-los:

• Estrabismo – neste caso, um dos olhos desobedece aos comandos cerebrais, não conseguindo mirar um objeto. Daí, acaba desalinhado. Procedimentos cirúrgicos podem dar cabo desse problema.

• Glaucoma – trata-se do aumento da pressão intra-ocular. Outro mal que é solucionado cirurgicamente.

• Catarata – o bebê também nasce com o cristalino, uma lente responsável por focar os objetos, totalmente opaco. Resultado: o pequeno apresenta diminuição da acuidade visual. Para esse caso, os oftalmologistas remove o cristalino doente por meio de cirurgia.

• Retinoblastoma – esse câncer se manifesta no fundo do olho. Um sinal que denuncia sua presença é um reflexo esbranquiçado na região da pupila. O tumor é extirpado cirurgicamente.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O modo como a criança enxerga influencia seu comportamento

Timidez, notas baixas, falta de estímulo para a leitura podem ser sinais de problemas de visão. Confira os perfis mais comuns:

Míopes o pequeno míope vê bem o que está perto, mas as imagens distantes ficam embaçadas. Quando o grau é alto, a criança é tida como tímida - sente-se insegura longe do colo da mãe, demora para aprender a andar e, um pouco mais tarde, não quer saber de esportes, preferindo atividades que permitam melhor desempenho dos seus olhos, como a leitura.

Hipermetropes: a criança geralmente troca os livros pela televisão e não vê a hora de a aula acabar para jogar futebol ou correr. Não à toa, o boletim tende a não ser lá aquela maravilha. Claro, muitos com visão normal têm comportamento do gênero, mas esse perfil pode também ser um sinal de hipermetropia, quando só se enxerga bem o que está longe. Tal problema de refração é um dos mais freqüentes entre os pequenos.

Astigmáticos: imagens próximas e distantes aparecem distorcidas. Por isso a garotada com grau elevado de astigmatismo apresenta os mesmos sintomas da miopia e da hipermetropia. "A criança só percebe os contornos dos objetos quando passa a usar óculos", diz a oftalmologista Cristina Muccioli, da Unifesp.

Problemas de visão comuns na infância

Criança que não enxerga bem vai mal na escola - é fato. Algumas encrencas já aparecem nos primeiros anos de vida e, quando passam batido, atrapalham o desenvolvimento. Isso justo na fase em que o pequeno começa a entender o mundo. Infelizmente, nem todos os pais descobrem a tempo os distúrbios que acometem a visão. "Alguns até associam o mau desempenho escolar com outros problemas, como o déficit de atenção", relata a oftalmologista Andréa Araújo Zin, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Os distúrbios visuais mais comuns no período escolar são a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. A correção é feita exclusivamente com o uso de lentes, depois que o oftalmologista determina o grau em um exame detalhado. Cirurgias de correção nessa idade tenra são inviáveis - elas só podem ser feitas após os 20 anos, quando o grau se estabiliza.
Outro problema relativamente freqüente na infância é o estrabismo, provocado por uma espécie de desequilíbrio entre os músculos responsáveis pelo movimento do globo ocular, que força o desvio de um olho (ou de ambos) para um dos lados. Não há como prevenir, mas dá para resolver se não houver perda de tempo. Em certos casos, a correção tem que ser cirúrgica - mas, para a maioria, o uso de óculos e o de tampões já bastam para alinhar o olhar.
Ao nascer, o bebê enxerga o que está a cerca de 20 centímetros de distância dele - nada além disso. E só aos 3 meses consegue focalizar o rosto de quem estiver bem próximo. Por volta dos 7 anos, com a visão totalmente desenvolvida, é hora de detectar problemas oftalmológicos. Um deles é a ambliopia, ou olho preguiçoso. "O cérebro deixa de captar as imagens do lado que enxerga mal e registra apenas as do mais saudável", explica a oftalmologista Cristina Muccioli. Faça o teste em casa tapando os olhos da criança, um de cada vez. "Ela fica angustiada quando o que funciona bem está coberto", dá a dica a oftalmologista Rosa Maria Graziano, do Hospital das Clínicas de São Paulo. O tratamento consiste basicamente na estimulação visual.

Gripe favorece a otite

O bebê continua a recusar o peito ou a mamadeira. Além disso, apresenta secreção nasal, que pode vir acompanhada de diarréia ou vômito. O choro intenso e contínuo, no entanto, não deixa dúvida: é otite. Essa infecção do ouvido, mais comum em crianças desmamadas precocemente, é provocada por vírus ou bactérias que entram pelo nariz ou pela garganta até alcançar o ouvido. Pronto. Está deflagrado o problema. Antibióticos são prescritos quando a otite é bacteriana, a mais corriqueira entre os pequenos. Nos casos mais graves, o pediatra pode fazer uma lavagem do ouvido interno. “Como a gripe favorece o aparecimento dessas infecções, vacinar as crianças com menos de 2 anos é a melhor forma de preveni-las”, recomenda a pediatra Isabella Ballalai, de São Paulo.

Nunca alimente a criança deitada
Nessa posição, quando o bebê não tem as costas apoiadas pela mãe, o leite, em vez de descer pelo esôfago, pode ficar parado na garganta e chegar ao ouvido médio. De quebra, isso contribui para o acúmulo de secreções – um prato cheio para as bactérias responsáveis pela otite. 

Garganta inflamada

Pode ser até que a dor nem apareça. Só que a dificuldade para engolir, a febre e aquela tosse seca – a famosa tosse de cachorro – deixam a criança pra lá de irritada. Assim é a laringite, inflamação da laringe, a parte da garganta onde se localizam as cordas vocais. Poluição do ar, infecções e alergias estão por trás do incômodo.
O tratamento, geralmente à base de corticóides, deve ser seguido à risca. Caso contrário, o quadro pode evoluir para infecções mais sérias ou mesmo ocasionar problemas de voz. Para prevenir a laringite, evite:

• compartilhar copos e talheres
• dar bebidas geladas para a criança
• banhos frios
• não dispensar umidificadores de ar nas estações mais secas

Por fim, os sintomas que denunciam a presença do mal também podem acusar outros problemas, como bronquite, pneumonia e outros males respiratórios. Dessa forma, ao menor sinal deles, o mais correto é procurar um pediatra para esclarecer a situação.

A ameaça do sarampo está de volta

Em vias de erradicação no Brasil, essa doença voltou a dar sinal de vida por aqui em 2005, depois que um surfista brasileiro se contaminou durante uma competição na Ásia. No final do ano passado, 16 ocorrências foram registradas em duas cidades baianas. Esses casos preocupam as autoridades de saúde porque a doença é muito perigosa para a criança pequena. A letalidade chega a 6%, vitimando mais os bebês de 6 a 11 meses.
Para afastar de vez essa ameaça, o calendário oficial de vacinação inclui a tríplice viral, que previne também a caxumba e a rubéola. A primeira dose é aplicada quando o pequeno completa 9 meses e o reforço, aos 15. Desde 1994, os postos públicos passaram a vacinar também homens de até 39 anos e mulheres com até 49 anos.
Então, nada de ficar esperando o dia de vacinar seu filho para aproveitar a viagem. Procure logo o posto de saúde e ajude a afastar de vez a doença. Outra coisa: não é porque ela é cada vez mais rara que você deve desprezá-la. É sempre bom conhecer o inimigo para melhor enfrentá-lo. Ele dá as caras apresentando vermelhidão na boca, conjuntivite, coriza, tosse e febre moderada. Dois ou três dias depois, surgem manchas vermelhas em diversos locais, como pescoço, face, corpo, braços e pernas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Longe do sol

Até os seis meses de idade, não é recomendável o uso de protetor solar, pois a criança pode desenvolver alguma alergia ou irritação. Assim, a saída é mantê-la bem longe do sol. “Em ambientes ao ar livre, vale lançar mão de acessórios como bonés e camisetas ou, então, escolher um local com sombra”, aconselha o pediatra Antônio Carlos Madeira, do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio de Janeiro.

De olho nos hemangiomas

Apesar do nome estranho, não há motivo para desespero. Trata-se apenas de manchas de nascença, que consistem na proliferação de alguns vasos sangüíneos, que lhes conferem uma coloração avermelhada ou vinho. Essas manchas podem aparecer em qualquer lugar do corpo, inclusive em órgão internos, mas são mais comuns na face e no couro cabeludo. Na maioria dos casos, não costumam acarretar nenhuma conseqüência e tendem a desaparecer até a puberdade. "De qualquer forma, é necessário o acompanhamento de um dermatologista para prevenir qualquer complicação", aconselha a pediatra Andréa Makssoudian, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

Pele muito seca merece atenção

Se a pele do seu bebê é seca demais, é bom ficar atenta. O ressecamento excessivo pode indicar alguns problemas na região, como a ictiose, um mal hereditário que culmina na descamação da pele, ou a dermatite atópica, uma deficiência na hidratação natural, que também provoca irritação, coceira e descamação. Ao notar algum desses sintomas, procure um pediatra ou um dermatologista para que façam o diagnóstico e indiquem o tratamento adequado.

sábado, 3 de setembro de 2011

Dermatite atópica

Trata-se de uma doença caracterizada por alguma deficiência no mecanismo de hidratação natural da pele. Daí, ocorre o ressecamento excessivo em diversas partes do corpo, principalmente nas dobras dos cotovelos e nos joelhos. “O problema geralmente aparece a partir do sexto mês de vida em crianças que têm histórico familiar da doença”, conta a dermatologista Meire Brasil, da Universidade Federal de São Paulo. Os principais sintomas são coceira e descamação da pele. Infelizmente, a dermatite atópica não tem cura, mas pode ser controlada com hidratação adequada e medicamentos específicos prescritos por um especialista.

Para o bebê dormir bem

A decoração do quarto da criança é um capítulo à parte na rotina dos pais e mães. São tantas providências com móveis, tintas, apetrechos e acessórios que alguns cuidados acabam sendo esquecidos. Se o bebê já nasceu, não tem problema. As dicas abaixo podem ser colocadas em prática agora mesmo. Confira o que fazer para assegurar um sono de anjo ao seu filho:
- o berço não deve ser posicionado embaixo da janela, para evitar que o bebê fique exposto ao vento, ao sol ou à chuva inesperada.
- um travesseiro desproporcional ao tamanho do recém-nascido pode forçar sua frágil coluna. Para não cometer erros, recorra a uma fralda de pano, presa nas laterais do berço, na altura da cabeça da criança.
- você já aprendeu que não é recomendável usar cores berrantes na decoração do quarto. Isso não significa que as paredes e a mobília devem ser brancas. O ideal é quebrar um pouco a monotonia com brinquedos e acessórios de cores fortes. Móbiles coloridos, por exemplo, vão estimular a visão do pequeno.

O que é a síndrome do respirador bucal

Como o próprio nome sugere, as crianças que sofrem com a síndrome do respirador bucal têm o hábito de respirar pela boca. Elas não ficam necessariamente com a boca aberta os lábios e dentes, muitas vezes, permanecem entreabertos. As conseqüências do problema são narinas entupidas, dor de garganta e voz anasalada. Mas outros problemas podem aparecer. Os mais comuns são as rinites alérgicas e o aumento das amídalas, que se localizam na garganta, e das adenóides, também conhecidas como carne esponjosa. Uma das causas da síndrome é o uso prolongado de chupetas e mamadeiras.

Quando a gengiva coça

Os primeiros dentinhos não dão sossego quando apontam. Um dos sinais de que eles estão a caminho aparece na gengiva, que logo fica avermelhada e inchada. O outro aviso de que o sorriso está se formando é a coceira, que parece não ter fim. Por isso, é comum ver o bebê levar objetos à boca ou morder muito um brinquedo durante essa fase. O pequeno, que não é bobo, faz isso para ter algum alívio. Também dá para notar um aumento no fluxo de saliva. Para aliviar esse incômodo, o odontopediatra Fábio Bibancos, de São Paulo, sugere oferecer um mordedor à criança. Nesse período, os pais e mães também não devem descuidar da higiene bucal do bebê. Esse cuidado vai prevenir o aparecimento de cáries e preparar a gengiva para a erupção dos próximos dentes.
 
Quando nascem?
Geralmente, a dentição começa a se formar por volta dos 6 meses. Ao completar 1 ano, os bebês apresentam quatro incisivos superiores e quatro incisivos inferiores. Mas isso é apenas uma previsão, pois a cronologia é diferente em cada criança. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dente à vista

Gengiva vermelha e inchada quase sempre é sinal de dente nascendo. Isso, no entanto, não representa um quadro de dor para o bebê. É um processo natural. "No período da erupção dos primeiros dentes, a gengiva pode ficar mais avermelhada, com um aumento de volume", confirma o odontopediatra Fábio Bibancos, de São Paulo. É cada vez mais raro a criança ter febre durante esse período. Isso porque, com a limpeza desde o nascimento (que pode ser feita com dedeira, gaze ou fralda), a gengiva fica mais calejada. Na hora em que os dentes descem, portanto, não causam grande desconforto na região. "Se isso acontecer, será uma febre leve, passageira e de no máximo 37 ºC", explica a odontopediatra Estela Aranha, também de São Paulo. Agora, se o dente já nasceu e a gengiva ao redor estiver avermelhada ou inchada, cuidado. Pode ser sinal de gengivite, uma inflamação causada pela falta de higiene bucal.

Alguns bebês já nascem com dentes

São os chamados dentes neonatais. Eles podem ser da série normal (de leite) ou supranumerários, ou seja, de uma terceira dentição. Sua causa ainda é desconhecida. Quando é supranumerário, sabe-se que se trata de um fator hereditário, diz o odontopediatra Fábio Bibancos, de São Paulo. Nesse caso, os pais devem procurar um especialista. Ele examinará a região e, com base na radiografia da boca do bebê, definirá como resolver o problema.
A decisão de remover o dente precoce depende de vários fatores. Se ele estiver bem fixo e não interferir na amamentação, poderá ser mantido. Uma pequena lixada pode ajudar caso ele esteja pontudo, diz a odontopediatra Tânia Lima Barbosa, de São Paulo. Dentes neonatais frouxos devem ser extraídos para evitar que a criança os engula ou aspire por acidente.

O que são os nódulos de Bohn?

São estruturas benignas com o formato de pequenas bolas branco-amareladas que surgem na boca de recém-nascidos. Geralmente desaparecem nos primeiros meses de vida. Esses nódulos podem ser encontrados na gengiva. Por isso, costumam ser confundidos com os dentes, relata o odontopediatra Fábio Bibancos, de São Paulo. Outra manifestação semelhante é a chamada pérola de Epstein. Só que, nesse caso, a bolinha fica localizada no centro do palato, no céu da boca, explica a odontopediatra Estela Aranha, de São Paulo. A pérola de Epstein, como os nódulos, também some naturalmente.

Quando os dentes demoram a nascer...

É comum que os bebês prematuros tenham atraso na dentição. Mas, se a criança tiver nascido no tempo certo e não surgir nenhum sinal até completar 1 ano de idade, o odontopediatra pode solicitar a radiografia. "Na maioria das vezes, esse atraso se dá por conta de uma gengiva fibrosa, que segura o dente", diz a dentista Camila Oda Maeda, de São Paulo. Muitas mães acreditam que o dente que nasce mais tarde tem mais força. Não é bem assim. "Na verdade, ele só está guardado na gengiva e, portanto, fica menos exposto aos agentes que causam a cárie", explica a odontopediatra Tânia Lima Barbosa, de São Paulo.

Problemas ortodônticos

Quando a erupção dos dentes-de-leite ocorre fora da ordem, pode desencadear alterações oclusais, ou seja, de mordida. Geralmente o nascimento se inicia pelos incisivos os dentes da frente. "Se os caninos apontam antes, ocorre a chamada mordida cruzada", explica o odontopediatra Fábio Bibancos, de São Paulo. Nesse caso, os pais devem procurar um odontopediatra. Mas o susto pode ser evitado se o bebê for levado ao especialista antes do surgimento dos dentes. O check-up odontológico é indicado para tratar e prevenir esse tipo de problema.